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No meio de tanta incerteza, o Bitcoin acabou cedendo terreno, escorregando para baixo da faixa dos 110 mil dólares permanecendo nesse patamar até agora há pouco, com a abertura dos mercados asiáticos.
O movimento não foi isolado: o Ethereum também congelou, devido pela fragilidade em DeFi e pela pressão sobre traders alavancados. Mas enquanto muitos preferiram vender, algumas baleias aproveitaram o ambiente para acumular tokens específicos, sinalizando que os grandes sempre encontram oportunidades mesmo em mares agitados. Além disso, a Tether surpreendeu ao anunciar uma nova versão de stablecoin norte-americana (USAT), adaptada às exigências do GENIUS Act, mostrando que os gigantes da indústria já se movem para moldar o futuro regulatório. Em resumo: foi uma semana de choque entre expectativas e realidade, em que fluxos, política e macroeconomia se cruzaram para lembrar que, no cripto, a única constante é a volatilidade.
Price Action do gráfico semanal
O candle semanal que está fechando hoje, deixou claro que o mercado mudou de tom: a vela fechou abaixo da zona 0.768 do fibo (≈ US$112.9k), fechou abaixo da EMA8 e também perdeu a SMA21 — três sinais sincronizados que, no semanal, não aparecem por acidente.
A LTA amarela que vinha sustentando a subida desde abril foi testada com força e o fechamento sob ela mostra que o impulso comprador está enfraquecido; em linguagem direta, os touros foram empurrados para trás e agora precisam reagir com volume e convicção para recuperar o controle. Quem opera olhando semanal sabe que perder médias curtas e a 0.768 costuma transformar tentativas de continuação em armadilhas de liquidez, abrindo caminho para um retorno a zonas mais profundas de controle de volume.
O próximo piso lógico para observação técnica é a confluência entre a Golden Pocket (0.618–0.65) e o POC (Point of Control) em ~US$105k. Essa região funciona como imã: a Golden Pocket é um nível técnico natural onde compradores de ordem histórica costumam aparecer e o POC indica onde esteve o maior volume negociado — ou seja, se o preço for buscar suporte, é provável que encontre bastião entre ~US$105k e US$107k. Na prática, isso significa que uma queda até aí pode ser absorvida por compradores que perderam posição no movimento acima, transformando a zona em ponto de reagrupamento. Porém, se o POC ceder com volume, a probabilidade de um movimento corretivo mais amplo para as próximas áreas de suporte (VPVR ~96.7k e as EMAs médias/longas) aumenta consideravelmente.
Um alerta técnico importante: o BBWP (Bollinger Band Width Percentile) está em torno de 5% com a média do BBWP em queda. Volatilidade comprimida com média descendente é uma bomba-relógio clássica — enquanto a largura das bandas fica baixa, pressão acumulada aumenta a chance de uma explosão violenta quando houver catalisador. A média descendente do BBWP sugere que não estamos apenas em um platô temporário, mas em uma fase de compressão progressiva; isso significa que o rompimento (para cima ou para baixo) tende a ser mais rápido e com maior amplitude quando acontecer. Portanto, o que hoje parece um mercado “morno” pode transformar-se rapidamente em um movimento direcional forte — atenção especial aos sinais de volume no rompimento da LTA ou no teste do POC.
Osciladores e indicadores de volume
Olhando para os indicadores de volume e osciladores no gráfico semanal, o cenário reforça a leitura de enfraquecimento da tendência de alta. O CVD (Cumulative Volume Delta) mostra um mercado que vem perdendo tração nas compras agressivas — o fluxo de ordens a mercado compradoras diminui, enquanto do lado passivo a absorção começa a ceder. Isso contrasta com o CMF (Chaikin Money Flow), que ainda permanece positivo, mas em queda clara. O que esse descompasso revela é que o dinheiro continua entrando, mas de forma cada vez mais tímida e seletiva, sem a agressividade necessária para sustentar novos rompimentos. Em outras palavras: a pressão compradora existe, mas está longe de ser suficiente para virar a maré no curto prazo, o que deixa o ativo vulnerável a novas ondas de realização.
As wavetrends (indicadores de momentum) também deixam sinais evidentes de esgotamento. O desenho das curvas mostra perda de amplitude, um enfraquecimento progressivo da força da onda compradora, que já não sustenta a mesma velocidade de avanço dos candles anteriores. Quando wavetrends começam a “morrer na praia” assim, o mercado tende a oscilar em ranges mais estreitos antes de buscar direção — e no atual contexto, o viés é de que essa direção seja para baixo, já que não há sinais de aceleração de alta, apenas de desaceleração do impulso. Esse enfraquecimento de momentum costuma antecipar movimentos de correção mais agudos.
No campo dos osciladores, o Stoch KDJ é um dos que mais chamam atenção. A linha J recuou para baixo, cruzando as linhas K e D e deixando-as em posição de possível bouncing negativo. Esse tipo de configuração tem força considerável porque a linha J é mais sensível e antecipa o movimento das outras — quando ela mergulha e arrasta K e D para baixo, a leitura é de que o oscilador está pronto para imprimir uma pressão vendedora renovada. Esse bouncing negativo pode gerar não só mais uma semana de correção, mas também abrir espaço para candles de corpo maior caso o volume acompanhe. E o detalhe é que essa configuração aparece justamente em região de sobrecompra recente, o que aumenta o peso do sinal.
Finalmente, o MACD semanal reforça a tese baixista: as barras de histograma perderam altura e começam a crescer novamente na direção negativa, indicando ganho de força do lado vendedor. As linhas do MACD apontam para baixo e, com a distância se abrindo, sugerem que não estamos diante de um falso alarme, mas de um movimento consistente. Essa virada do histograma, somada ao enfraquecimento dos osciladores, é sinal de que a pressão para baixo está em maturação. A leitura completa, portanto, é de um mercado que perde fôlego comprador, ganha momentum de baixa e está à beira de confirmar uma fase mais agressiva de correção — e isso, dentro de um semanal, não pode ser ignorado.
Cenários práticos:
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Cenário de continuação de baixa (probabilidade alta no médio prazo): fechamento semanal persistente abaixo de US$112.9k (0.768) + perda confirmada da LTA amarela → alvo inicial US$105k (POC / golden pocket); se romper com aumento de volume, próximo suporte relevante ≈ US$96.7k (VPVR suporte).
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Cenário de recuperação (situação que precisa de confirmação): recuperação e fechamento semanal acima da EMA8 e SMA21 e retomada da LTA → alvo de congestionamento imediato ≈ US$117–118k (VPVR resistência); fechamento semanal acima de ≈ US$124k revalidaria viés de alta de médio prazo.
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Catalisadores a observar: volume no rompimento da LTA, comportamento do BBWP (expansão rápida), fluxo de ETFs (netflows), e dados macro (Fed / dólar).
Suportes e Resistências
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Resistências:
• US$112.9k — retração 0.768 de Fibonacci, agora atuando como barreira imediata.
• US$117.9k — resistência marcada pelo VPVR, região onde o fluxo vendedor se intensificou.
• US$124k — topo local mais recente e limite superior de volume, última defesa dos touros. -
Suportes:
• US$106–105k — confluência entre Golden Pocket e POC, suporte mais sensível do momento.
• US$96.7k — suporte volumétrico do VPVR, próximo grande piso caso a queda se aprofunde.
• US$85k e US$72k — zonas associadas às médias longas (EMAs), que funcionariam como amortecedores de médio prazo.
Conclusão
A leitura dos níveis de preço se encaixa com a fotografia dos indicadores: o Bitcoin perdeu força sobre resistências cruciais, enquanto osciladores e métricas de volume sinalizam enfraquecimento da pressão compradora. O CVD expõe a queda nas compras agressivas, o CMF já aponta saída gradual de capital, as wavetrends desaceleraram, o Stoch KDJ projeta um bouncing negativo de peso e o MACD semanal virou para baixo. Esse conjunto reforça que os touros precisam agir rápido — e o campo de batalha mais provável é justamente entre 105k e 106k, onde Golden Pocket e POC se unem para oferecer sustentação.
Caso esse nível seja perdido, a narrativa de correção se consolida e a rota natural aponta para linhas próximas a 100k, uma zona onde o mercado pode tentar formar nova base. Até lá, a tendência é de cautela: estamos diante de uma fase em que entusiasmo sem disciplina pode custar caro, e a leitura fria dos indicadores lembra que, em ciclos de compressão de volatilidade, a explosão costuma vir rápido e com força.
⚠️ Aviso
Esta análise é apenas um estudo técnico e não representa recomendação de investimento. |
