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No universo cripto, o clima é de cautela. O market cap total das criptomoedas tenta se reerguer após a tempestade, mas encontra resistência justamente nas médias móveis de curto (EMA8) e médio prazo (EMA50). O volume chegou a ser rejeitado duas vezes nessas regiões, registrando outflows de até 6% antes de estabilizar em torno de 2,8% negativos. O movimento reflete o nervosismo do mercado diante das recentes liquidações e reforça o cenário técnico de fragilidade, com o capital ainda migrando de criptoativos para ativos mais estáveis — pelo menos por enquanto.
As maiores quedas em cripto foram vistas nas altcoins: algumas perderam entre 20% a 40% em poucas horas. Ethereum, XRP, SOL, entre outras, sofreram forte pressão de venda.
Os comentários mais moderados falam que o mercado pode passar por um “processamento escalonado de fundo” — ou seja, não vai ser um V perfeito de retorno, mas sim várias tentativas de recuperação intercaladas com recuos, até que o excesso de oferta e as dúvidas sejam absorvidas.
Análise do gráfico diário
O Bitcoin segue em momento delicado, tentando se equilibrar depois do dump relâmpago da semana passada. O candle atual mostra uma rejeição nítida ao tentar retomar a EMA8 (em torno de 115K) e a EMA55, que voltam a atuar como resistência dinâmica — e, pior, o preço foi empurrado de volta pra dentro da região intermediária das Bandas de Bollinger, sinal claro de que o mercado perdeu tração de curto prazo. Essa região funciona como uma “zona neutra” após grandes explosões de volatilidade, e o BBWP acima de 90 indica que a compressão ainda não começou. Ou seja: o BTC pode continuar sangrando antes de estabilizar.
A linha 1.000 da Fibonacci, posicionada na casa dos 109.3K, vem sendo respeitada de forma quase cirúrgica. Já são três tentativas de rompimento frustradas, o que acabou formando uma LTA de suporte que se estende até a região dos 110K. Esse comportamento técnico reforça que o mercado está defendendo com força essa base, validando a projeção atual e mantendo vivo o alvo de 134.8K — um patamar que poderia ser alcançado caso os suportes sigam firmes por mais tempo.
Como podemos observar, a estrutura de alta no gráfico diário permanece intacta. Todo o infortúnio recente — liquidações em massa, pânico institucional e outflows de capital — não foi suficiente nem para empurrar o BTC para uma correção efetiva. O que se vê, na prática, é mais um reteste técnico da zona de suporte: um movimento típico de mercado saudável, em que o preço volta para testar antigas regiões de demanda antes de retomar a direção predominante. Esse tipo de dinâmica é natural em fases de consolidação de tendência e, quando ocorre com volume controlado, costuma reforçar a confiança dos compradores estruturais.
A estrutura de price action mostra que o suporte mais imediato agora está na EMA144, alinhada com o fundo da LTA que vem desde junho. Essa confluência segura a faixa dos 109K, primeiro ponto crítico de defesa — logo abaixo disso, o VPVR revela uma zona de alta liquidez entre 108K e 105K, com a EMA233 cruzando exatamente dentro dessa área. Se essa região for rompida, o próximo alvo natural estaria no Fibonacci 0.768 (87.5K), um nível histórico de retração que já serviu de base em ciclos anteriores. Em resumo: o gráfico está montando um possível range corretivo, com fundo potencial ainda não confirmado.
- O CCT SuperTrade 2025 e os indicadores do painel técnico reforçam o clima de fragilidade momentânea:
- O ADX em 27 sinaliza tendência fraca, sem força direcional.
- O CMF negativo (-0.11) indica distribuição, com fluxo de dinheiro saindo do ativo.
- O Momentum segue em -13.8, e o RSI abaixo da média (44.1) — ambos apontando perda de impulso.
Análise do gráfico 4H
O gráfico de 4 horas do Bitcoin revela uma estrutura interessante e, ao mesmo tempo, perigosa. Após a sequência que levou o preço até a região dos 109.6K, o ativo iniciou um movimento de consolidação lateral que, tecnicamente, formou um Cup & Handle invertido. A figura é bem delineada: o “copo” compreende a queda entre 117–118K e o fundo em 109.6K, enquanto o “handle” corresponde a esse canal de alívio ascendente que o preço vem respeitando nas últimas 24 horas.
A neckline do padrão se posiciona justamente entre 109.6K e 109K, atuando como o principal divisor de águas neste momento. Pela projeção clássica de altura do copo, o alvo teórico de 100% apontaria para a região dos 101–102K. No entanto, como a tendência de médio e longo prazo ainda é de alta, faz mais sentido considerar o nível de Fibonacci 0.5 (~105.3K) como alvo probabilístico mais realista — uma queda parcial dentro de uma estrutura ainda saudável. Em ciclos altistas, padrões de reversão como o C&H-inv geralmente cumprem apenas parte de sua amplitude antes de serem invalidados.
O bounce ocorrido após o toque em 109.6K devolveu o preço para dentro de um canal ascendente curto, onde a EMA8 (~113.5K) serve agora como resistência imediata. Acima dela, as Bandas de Bollinger sinalizam um “teto elástico” entre 116.3K (dev2 sup) e 117.9K (dev3 sup) — regiões que coincidem com zonas de forte oferta no VPVR. Do lado oposto, o mapa de Fibonacci mostra uma escadinha de suportes bem definida:
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0.382 – 107.25K
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0.5 – 105.26K
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0.618 – 103.27K
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0.768 – 100.74K
Essa estrutura delimita claramente os limites de risco: acima de 115.9K–116.3K, o padrão seria invalidado, reabrindo o caminho para 117.9K e 121–122K; já abaixo de 109.6K, o cenário passa a mirar 107.25K e 105.3K como alvos naturais de continuidade.
A Fibo aplicada no gráfico ajuda a ilustrar o ponto central: dentro de um mercado que ainda carrega tendência primária de alta, movimentos corretivos curtos como esse não caracterizam uma reversão, mas sim um reteste técnico de suporte — um comportamento típico de consolidação em bull markets. Aqui, o 0.5 de Fibo (105.3K) funciona como uma “zona de tolerância” saudável: o preço pode buscar esse nível sem invalidar a estrutura maior de alta que segue mirando a região dos 124–134.8K no horizonte.
No panorama geral, a linha 1.000 da Fibo em 109.3K segue sendo um ponto crucial. Ela já foi testada três vezes sem rompimento, formando uma LTA de suporte que se estende até 110K. Essa defesa consistente mostra que o mercado ainda está disposto a sustentar a base, e enquanto esse suporte permanecer de pé, a leitura macro segue positiva. Em outras palavras, o Bitcoin pode até continuar corrigindo nas próximas sessões, mas o esqueleto estrutural de alta segue intacto — e isso é o que realmente importa no médio prazo.
Conclusão
O cenário atual do Bitcoin mostra um claro contraste entre o viés baixista no intraday e a estrutura ainda altista no médio prazo. No gráfico de 4H, o Cup & Handle invertido segue ativo e pode levar o preço até a região do 0.5 da Fibo (~105.3K), caso o suporte de 109.6K ceda. Esse movimento, porém, ainda se enquadra como um reteste técnico de suporte, e não como uma reversão estrutural. A LTA iniciada em junho, somada à linha 1.000 da Fibo em 109.3K, segue sendo defendida com firmeza — um indício de que o mercado continua comprador nas bases.
Enquanto o curto prazo sugere volatilidade e risco de alívio até 105–107K, o viés de fundo permanece altista, com projeções mantidas para 124–134K nas próximas semanas, desde que os suportes não sejam violados com volume. A leitura ideal para o restante da semana é de consolidação lateral entre 110K e 116K, preparando o terreno para o próximo movimento direcional.
O calendário econômico dos dias 15 e 16 de outubro adiciona tensão ao cenário: serão divulgados os dados de inflação (CPI e PPI) e vendas no varejo dos EUA — eventos que costumam mexer diretamente com o apetite ao risco. Leituras acima do esperado podem pressionar os mercados, enquanto números mais brandos podem dar fôlego para uma recuperação. Até lá, o BTC caminha sobre uma linha tênue entre a defesa dos 109K e a busca pela retomada acima dos 116K — e essa batalha deve definir o rumo da semana.
⚠️ Aviso
Esta análise é apenas um estudo técnico e não representa recomendação de investimento. |