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domingo, 7 de dezembro de 2025 às 3:39
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O fim do shutdown era alívio mas virou pânico! O mercado cripto amanheceu com uma notícia que, em tese, deveria trazer otimismo: o fim do shutdown do governo norte-americano, anunciado por Donald Trump nas primeiras horas desta quinta-feira (13/11/2025). A promessa de retomada da máquina estatal e o discurso de “normalização dos gastos” chegaram a impulsionar futuros de índices e commodities na abertura asiática, mas o alívio durou pouco. O Bitcoin, que abriu o dia acima dos 101K, despencou para 98K cravados, anulando o entusiasmo dos investidores que esperavam um rali imediato. O corte de liquidez que acompanhou o acordo político, somado à leitura de que o Tesouro poderá reduzir recompras e operações de estímulo, acendeu o alerta vermelho entre os gestores que vinham sustentando o fluxo de ETFs.

Nos ETFs spot, os dados de fluxo mostraram saídas líquidas modestas, mas suficientes para travar o embalo. Depois de uma semana de estabilidade relativa, o balanço das duas maiores gestoras — BlackRock e Fidelity — revelou retirada combinada de aproximadamente US$180 milhões, interrompendo a sequência positiva iniciada na semana anterior. Esse freio institucional pesou sobre o sentimento do varejo, que já vinha enfraquecido por um volume de negociação em queda e um índice de volatilidade (BVOL) em clara expansão. O reflexo foi imediato: pressão vendedora generalizada, reforçada pela correção simultânea de altcoins e do Ethereum.

Introdução — o fim do shutdown era alívio mas virou pânico

Na esteira da notícia, a reação dos mercados tradicionais também não ajudou. O dólar voltou a se fortalecer frente às principais moedas, os yields dos Treasuries subiram, e a leitura combinada foi simples: menos liquidez e mais cautela. O movimento de hedge natural empurrou o ouro para cima, enquanto o BTC mergulhava, contrariando a narrativa otimista de que ambos subiriam juntos. As redes sociais cripto, por sua vez, transformaram o anúncio político em palco de desilusão — influenciadores que ontem pregavam o “pump pós-shutdown” agora buscam culpados pela reversão brusca.

No pano de fundo global, o endurecimento regulatório continua em marcha. O Banco Central do Brasil publicou nesta semana o novo marco de autorização e capital mínimo para exchanges estrangeiras, ecoando as diretrizes da FATF e o caso da Coinbase multada na Irlanda. O recado mundial é inequívoco: o tempo da farra e da negligência com rastreabilidade acabou. Em um ambiente de regulação mais rígida e liquidez reduzida, o mercado passa a operar com menos complacência — e cada candle de baixa se transforma em uma lembrança de que o Bitcoin, mesmo na sua maturidade institucional, ainda é um ativo de risco extremo.

 


Price Action — o gráfico diário e a queda da esperançaPrice Action — o gráfico diário e a queda da esperança

A sessão de 13/11 consolidou o que o gráfico já vinha alertando desde o início da semana: a estrutura de ombro-cabeça-ombro (OCO) confirmada em 11/11 abriu a porta para um movimento de correção mais agressivo. O preço, que havia se equilibrado sobre a região dos 102K, acabou perdendo sustentação e, com duas velas consecutivas fechando abaixo da linha de pescoço (marcada pelas flechas azuis no gráfico), confirmou o padrão. O reteste técnico dessa região, que já havia atuado como suporte em meados de outubro, agora age como resistência sólida. O alvo projetado do OCO, medido pela amplitude da cabeça até a neckline, aponta diretamente para 85K cravados, um patamar que coincide com a extensão de 1.618 da Fibo — a chamada projeção áurea (Phi), marcada no gráfico.

A flecha amarela indica os múltiplos toques na zona de 99.1K–99.0K, onde o preço flerta perigosamente com a EMA365 diária — média que representa o custo ponderado de longo prazo dos participantes mais antigos. O fechamento de hoje abaixo dessa média reforça a quebra estrutural do ciclo de recuperação que se iniciou após o flash crash de 10/10. E é exatamente nessa vela de ignição, destacada no gráfico com a marcação “Flash Crash 10/10”, que a análise de Fibonacci se ancora: a retração 1.141 dessa pernada ainda dita o ritmo do price action atual, com o mercado respeitando milimetricamente os níveis derivados desse evento. Enquanto o 98.9K tenta se segurar como linha d’água, o fantasma do 10 de outubro continua presente — lembrando que a volatilidade não desapareceu, apenas mudou de forma.

O candle de hoje é emblemático: um corpo longo e vermelho, sem pavio inferior relevante, encostado na banda inferior das Bollinger de 2 desvios, com o BBWP em expansão. Isso caracteriza o que chamamos de “vela do apocalipse” — quando o preço rompe a borda da banda durante a fase de alargamento, indicando que a volatilidade tende a continuar crescendo e que novas quedas podem vir acompanhadas de repiques violentos. Em termos práticos, a banda inferior se torna um catalisador de overshoot, onde ordens automáticas e liquidações costumam se acumular, gerando candles ainda mais extensos antes de qualquer reversão. A ausência de pavio e o rompimento limpo abaixo da SMA21 e da EMA8 sinalizam que o mercado perdeu totalmente o controle do curto prazo — não há mais compradores dispostos a sustentar o preço acima das médias rápidas.

O contexto técnico se agrava quando observamos que todas as médias relevantes ficaram para trás. A EMA8, que atuava como guia de curto prazo, foi rompida já na segunda-feira; a SMA21, média central das Bollinger, foi perdida logo em seguida; e o preço agora se desloca livremente abaixo das EMA50 e EMA365. Esse empilhamento descendente de médias indica que o momentum baixista está consolidado e que qualquer tentativa de repique será meramente corretiva até que uma dessas linhas seja reconquistada. A linha vermelha que marca o suporte em 99.1K representa o último bastião antes da confluência das projeções de 1.141 (99.1K) e 1.618 (89.3K). Caso o candle de amanhã confirme a continuidade, o próximo destino técnico natural será a região dos 89K, onde passa o limite áureo de Fibo e onde, historicamente, ocorrem formações de fundo em ciclos intermediários.

 

Análise dos Market Caps — o reflexo da sangriaAnálise dos Market Caps — o reflexo da sangria

O colapso do preço do Bitcoin não veio sozinho. O gráfico de capitalização total (TOTAL), mostrado no painel superior direito, evidencia a evaporação de mais de US$102 bilhões apenas nas últimas 24 horas, com uma amplitude máxima intradiária de perda que chegou a US$230 bilhões. Essa drenagem de liquidez não é mero detalhe: ela mostra que o movimento foi sistêmico, atingindo desde BTC até altcoins de segunda linha, sem discriminação. A leitura do market cap total excluindo stablecoins e top10 (gráfico central inferior) reforça essa ideia, com queda de 25B e rompimento da EMA8, demonstrando que a especulação periférica — o capital mais volátil do mercado — foi o primeiro a capitular.

O Ethereum, no painel inferior esquerdo, acompanha o movimento com queda de 24B no dia, encostando na linha inferior do canal descendente que se estende desde agosto. A incapacidade de manter o suporte de 480B reacende o risco de teste nas zonas de 365–370B, onde há confluência de volume histórico. Já o market cap do BTC, no canto inferior direito, perdeu 47B no dia, caindo para 1.98T, o menor nível desde julho. Essa retração simultânea nas quatro frentes mostra que a correção não é isolada nem fruto de rotação de capital entre altcoins e Bitcoin — é, de fato, uma saída líquida do ecossistema cripto.

No canto superior esquerdo, a dominância do BTC continua rondando os 60%, sustentando uma tendência de alta iniciada em setembro. O curioso é que, mesmo com o Bitcoin caindo, sua dominância não cede — o que indica que as altcoins estão apanhando proporcionalmente mais, reforçando o caráter defensivo do mercado. Essa configuração é típica de fases de fuga para segurança, onde o investidor prefere segurar capital em BTC ou stablecoins enquanto o restante do mercado desaba. É também um sintoma de mercado em redistribuição, onde o dinheiro inteligente reduz exposição geral antes de um possível fundo macro.

 

Ouro/USD — o contrapeso dourado em meio ao caosOuro/USD — o contrapeso dourado em meio ao caos

Enquanto o Bitcoin testava o abismo, o ouro manteve sua trajetória altista com movimento técnico de textbook. O metal precioso vinha sendo tratado nas redes sociais como “tendo feito topo”, mas o price action mostrou o oposto: formação de topo e fundo ascendentes e reação perfeita sobre o golden pocket da Fibo traçada desde a pernada de alta iniciada em maio de 2025. No gráfico diário, o fundo recente surgiu exatamente em 4.088 dólares, ponto em que convergiam EMA8, SMA21 e o nível 0.768 da Fibo — uma zona de suporte triplo reforçada pela densidade do VPVR em torno de 4K. O candle atual demonstra recuperação imediata, respeitando o padrão clássico de pullback sobre suporte confirmado.

As flechas destacadas na imagem evidenciam a sequência de validações técnicas: a primeira marca o toque na EMA8, seguida da reação sobre o suporte do VPVR e, finalmente, o candle de hoje mostrando continuação altista acima da SMA21. Essa combinação de fatores gera uma configuração de cup & handle em formação, ainda incipiente, mas tecnicamente coerente com o contexto de alta. O cruzamento bullish entre EMA8 e SMA21 reforça o momentum positivo, principalmente por ter ocorrido acima da linha de 0.768 da Fibo, o que sugere força estrutural. Com resistências fracas adiante e alvo técnico imediato em 4.380 dólares (ATH histórico do metal), o ouro emerge como o porto seguro da macro-narrativa — uma âncora de liquidez enquanto o mercado cripto mergulha.

Esse contraste entre BTC e ouro não é coincidência: historicamente, ambos caminham juntos apenas em ciclos de injeção de liquidez global. Em períodos de ajuste fiscal e monetário, como o atual, o ouro retoma o protagonismo enquanto o Bitcoin sofre os efeitos diretos do aperto de fluxo e da retirada de capital especulativo. A percepção de “ativo de refúgio digital” volta a ser testada, e até o momento, o resultado não é favorável ao BTC. O metal mostra estrutura técnica saudável, enquanto o Bitcoin perde médias, canais e suportes importantes.

Conclusão — a beira do precipício

O dia 13 de novembro marca mais um capítulo da montanha-russa cripto: o fim do shutdown americano trouxe alívio político, mas pânico financeiro. A liquidez global encolheu, os fluxos de ETFs inverteram, e o Bitcoin reagiu com uma queda em cascata, rompendo a EMA365 e testando o nível de 99K sem encontrar compradores dispostos a segurar o chão. O padrão OCO, agora confirmado, projeta um alvo em 85K, alinhado à projeção de 1.618 (89.3K) da Fibo do flash crash de 10/10 — o evento que continua ditando o comportamento técnico do ativo. No jargão dos traders, o BTC está na beira do precipício, e cada tentativa de respiro parece apenas preparar o próximo mergulho.

Enquanto isso, o ouro sobe em silêncio, reforçando a tese de rotação de capital em busca de proteção. O metal está tecnicamente robusto, com médias cruzadas para cima e suportes sólidos em 4K. A leitura integrada dos gráficos mostra um cenário onde o mercado tradicional começa a se recompor, mas às custas de drenagem de liquidez dos ativos de risco — e o Bitcoin é o primeiro a sentir o impacto. No curto prazo, a faixa 98–99K pode oferecer pequenos repiques, mas a tendência dominante é de pressão descendente até que os compradores reconquistem a EMA8 e neutralizem o padrão de expansão das bandas.

Se há um ponto positivo, ele está na consolidação do comportamento macro: o mercado volta a precificar risco de forma realista, ajustando-se ao novo ambiente regulatório e fiscal. O Bitcoin, nesse contexto, cumpre seu papel de termômetro — mostra o humor, absorve o choque e prepara o terreno para o próximo ciclo. Mas por ora, o veredito é inescapável: a estrutura técnica é de queda, a liquidez sumiu e o ouro voltou a brilhar. A cada candle vermelho, o mercado se aproxima mais do limite áureo dos 89K, onde, quem sabe, o próximo fundo possa finalmente nascer.

 

⚠️ Aviso

 

Esta análise é apenas um estudo técnico e não representa recomendação de investimento.
O mercado de cripto é volátil e envolve riscos.
Faça sua própria pesquisa (DYOR) antes de tomar decisões.
Invista com responsabilidade.

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