Grafico Diário

Indicadores

Nos indicadores de fluxo, o quadro é bem “misturado”: o CVD segue escorregando para baixo mesmo depois do fundo em 80.5K, enquanto o CMF começa a subir, mas ainda permanece em território negativo. Essa combinação costuma significar o seguinte: continua havendo mais agressão vendedora no book (CVD caindo), porém a intensidade da saída de capital vai diminuindo (CMF menos negativo). Em outras palavras, o mercado ainda está vendendo na pancada, mas o dinheiro novo que sai é menor do que o que estava saindo na perna principal de baixa. Isso conversa com o que vemos no preço: um repique tímido dentro de uma tendência ainda dominada pelos vendedores, com cara de fase de alívio controlado e não de inversão consolidada.

Já nos osciladores de momentum, o F!72 Mkt Monitor começa a apontar uma mudança de inclinação: o histograma reduz a profundidade das barras negativas e a onda de WaveTrend ensaia um “U” de retorno, mostrando que, neste timeframe diário, o momentum está voltando gradualmente a favor da alta – ainda fraco, mas deixando de ser aquela queda em linha reta. O KDJ confirma essa leitura de choque de curto prazo: a linha J disparou da zona de sobrevenda para cima com muita força, cruzando K e D, porém o preço respondeu com um movimento bem mais modesto, o que denuncia que grande parte desse impulso veio de short-cover e reposicionamento tático, não de entrada massiva de comprador convicto.

Para completar, o MACD apenas ameaça uma curvatura para cima: as linhas seguem abertas para baixo, mas o ângulo começa a suavizar e o histograma encolhe. É um típico cenário de “pré-sinal”: osciladores mostrando perda de força da venda, algum retorno de momentum comprador, mas sem confirmação suficiente para chamar de reversão – por enquanto é só o mercado tirando o pé do freio, não pisando no acelerador.

Suportes

• 83.9K – Fibo 0.618

• 80–80.5K – Fundo local

• 73–72K – Início VAL

• 70.8K – Fibo 0.5 / 69–70K

Resistências

• 90–92K – Topo repique

• 93–95K – Tampa curto prazo

• 96K – POC VPVR

• 100.5K – Fibo 0.768

• 105–110K – Nó volume

Conclusão

Fechando a leitura do início da semana, o quadro que se desenha é de um mercado em plena fase de ajuste, mas ainda coerente com uma tendência de alta mais longa. A correção até a zona do Golden Pocket coincidiu milimetricamente com o momento em que o capital institucional decidiu realizar o lucro acumulado desde a reeleição de Trump: ETFs spot registrando saídas relevantes, juros futuros sendo reprecificados para menos cortes, dólar se fortalecendo e ouro perdendo suporte importante. Ou seja, o Bitcoin não está caindo “sozinho”, ele está sendo usado como peça de um rebalanceamento mais amplo de risco em carteira, em um ambiente de liquidez mais magra às vésperas de um feriado prolongado nos EUA. No gráfico, isso se traduz na rejeição da EMA8 diária, na dificuldade em se manter acima da Fibo 0.65 e em um CVD que ainda aponta predominância de agressão vendedora, embora o CMF comece a sugerir que a intensidade dessa saída diminui.

Para os próximos dias, o cenário mais provável é justamente o que os preços já vêm sinalizando: uma fase de oscilação tensa dentro da faixa 87.5K–84K, com volatilidade potencialmente ampliada pelo vencimento de contratos na CME e pelo típico volume reduzido do período de Ação de Graças. Enquanto o BTC respeitar o Golden Pocket como “caixa de teste”, o movimento continua caracterizado como correção profunda, mas ainda saudável dentro do ciclo iniciado em 15.5K; nesse contexto, repiques em direção a 90K–96K serão vistos mais como alívios técnicos do que como retomada definitiva da tendência. Um fechamento consistente abaixo da parte baixa dessa caixa, porém, colocaria no radar a região de 80K–73K como próxima área de busca de liquidez, alinhada às zonas de VPVR e Fibonacci que discutimos. Em resumo: o investidor de curto prazo precisa respeitar a força da correção, enquanto o olhar de ciclo ainda enxerga esse período como um grande teste de convicção antes da próxima etapa do bull market.