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| O movimento recente do Bitcoin entre o Golden Pocket e o vencimento da CME acontece em um contexto de respiração do mercado após a forte correção de novembro. Entre os dias 25 e 27/11, o BTC saiu da região dos 87K, onde consolidava depois de cair 36% desde sua ATH de 126K, para testar novamente a casa dos 90K–91K em pleno feriado de Thanksgiving, com alta de cerca de 5% em 24h e acumulando ganhos em torno de 7,5% na semana.
Mesmo com as bolsas norte-americanas fechadas, o ativo mostrou recuperação autônoma, enquanto o restante do mercado cripto também ensaiou reação, com Ethereum voltando à faixa dos 3K. Esse alívio, porém, vem depois de um mês pesado: os ETFs spot de Bitcoin já haviam registrado em novembro uma sangria acumulada de mais de US$ 3,5 bilhões em saídas, a segunda maior desde o lançamento, e um drawdown superior a 30% em dois meses, configurando o recuo mais intenso desde 2022. |
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O movimento recente do Bitcoin entre o Golden Pocket e o vencimento da CME acontece em um contexto de respiração do mercado após a forte correção de novembro. Entre os dias 25 e 27/11, o BTC saiu da região dos 87K, onde consolidava depois de cair 36% desde sua ATH de 126K, para testar novamente a casa dos 90K–91K em pleno feriado de Thanksgiving, com alta de cerca de 5% em 24h e acumulando ganhos em torno de 7,5% na semana.
Mesmo com as bolsas norte-americanas fechadas, o ativo mostrou recuperação autônoma, enquanto o restante do mercado cripto também ensaiou reação, com Ethereum voltando à faixa dos 3K.
Esse alívio, porém, vem depois de um mês pesado: os ETFs spot de Bitcoin já haviam registrado em novembro uma sangria acumulada de mais de US$ 3,5 bilhões em saídas, a segunda maior desde o lançamento, e um drawdown superior a 30% em dois meses, configurando o recuo mais intenso desde 2022.
Nos últimos dias, os dados mostram uma inflexão importante: as captações voltaram a ficar positivas, com entradas líquidas na casa de US$ 120–130 milhões em ETFs de BTC e ETH no dia 25/11, além de novos aportes pontuais de investidores institucionais, o que reduz a pressão vendedora justamente na véspera do vencimento dos futuros de BTC na CME.
Esse equilíbrio frágil entre um mês de forte realização e uma virada recente para fluxos levemente positivos é o pano de fundo estrutural para a volatilidade potencial desta sexta-feira, quando muitos participantes rolam ou zeram posição para “fechar” o ano contábil em cripto.
Olhando para o fechamento da vela mensal no domingo, o conjunto “Thanksgiving + Fed + CME” ajuda a enquadrar os possíveis cenários. Se os fluxos positivos em ETFs se mantiverem e o vencimento da CME for resolvido sem grandes choques, o Bitcoin tem espaço para tentar consolidar a região dos 90K como centro de gravidade, deixando a mínima em 80.5K como fundo provisório da correção dentro do Golden Pocket. Por outro lado, qualquer combinação de novo estresse em ETFs, discurso mais duro do Fed ou rolagem agressiva de posições vendidas na CME pode devolver o preço para a faixa 87.5K–84K ainda antes do fechamento mensal, reacendendo temores de uma busca mais profunda pela zona dos 73K–70K. Em resumo, o Bitcoin entre o Golden Pocket e o vencimento da CME entra no fim de mês em modo “prova de fogo”: tecnicamente ainda dentro de uma correção saudável de ciclo, mas dependente do comportamento do fluxo institucional para transformar este repique de Thanksgiving em base de recuperação — ou em mera pausa antes de uma nova rodada de volatilidade.
Gráfico Diário
Na última leitura diária, a conclusão era clara: enquanto o BTC não rompesse e se mantivesse acima da EMA8, qualquer repique seria apenas um alívio dentro da tendência de baixa.
A mudança relevante dos últimos dois dias é justamente essa: ontem houve um rompimento limpo da EMA8, com um candle de corpo cheio, fechando próximo da máxima e engolfando praticamente todo o conjunto de candles laterais que se formaram logo após o fundo em 80.5K. Hoje, essa quebra está sendo testada e, até o momento do print, o preço se mantém acima da média curta, transformando aquilo que antes era “tampa” da tendência em primeiro suporte intradiário. Em termos de estrutura, o movimento desde o fundo desenha um V-reversal de curto prazo, saindo da região de 81K–82K para tocar a casa dos 92K em poucos pregões, o que mostra força compradora tática, mas ainda sem o “degrau” de consolidação que caracterizaria uma reversão mais sólida.
O candle de hoje funciona como um ponto de inflexão importante na leitura do price action. Depois de três velas verdes consecutivas, com corpo crescente e fechamentos sempre próximos da máxima (um desenho que se aproxima de um padrão de “three white soldiers” após o fundo), o candle atual mostra um corpo menor e pavio superior mais evidente ao tocar a banda superior de 2 desvios das Bollinger, justamente na região dos 92K. Isso denuncia o primeiro choque mais sério com a oferta: a partir desse nível, começam a aparecer vendedores dispostos a realizar o lucro do repique e a testar a convicção dos compradores que entraram na faixa de Golden Pocket (87.5K–83.9K).
Se o dia fechar com sombra superior longa e corpo pequeno, teremos um sinal de exaustão de curto prazo nesse patamar; se, ao contrário, o corpo voltar a se encher e o fechamento ficar próximo da máxima, a leitura se aproxima mais de um “breakaway” com simples pausa intradiária. Em ambas as leituras, a zona 90K–92K se consolida como fronteira entre o repique técnico e a ambição de buscar o POC em 96K.
Outro ponto essencial é como esse movimento se encaixa no contexto mais amplo da tendência de correção. Apesar da recuperação, o preço ainda está bem abaixo da Fibo 0.768 em 100.5K e distante das médias mais longas, o que mantém o cenário de mercado em fase de reparo após uma queda de mais de 30%. O CVD inclinado para cima confirma que a pressão vendedora perdeu intensidade nesses últimos dias, mas, como o indicador mede impacto no livro e não volume absoluto, essa alta precisa ser lida com cautela: em pleno feriado nos EUA e com fechamento de futuros da CME batendo à porta, é perfeitamente compatível com um mercado temporariamente menos ofertado e mais sensível a ordens de menor tamanho. Se o preço conseguir transformar a faixa 87.5K–90K em plataforma de suporte nos próximos candles, abrimos espaço para uma tentativa de continuidade em direção aos 93K–96K; caso contrário, um retorno rápido abaixo da EMA8, deixando um topo marcado na banda superior das Bollinger, recoloca em pauta a possibilidade de que esse movimento não passe de um “dead cat bounce” dentro de uma estrutura ainda predominantemente baixista no diário.
Gráfico diário XAU/USD
No diário do ouro, a leitura da estrutura favorece bem a ideia de flâmula de alta, sim. Há um “mastro” claro vindo daquela pernada quase parabólica que sai da região dos 3.400 e leva o preço até a ATH em torno de 4.380, seguido por um período de consolidação em triângulo: topos descendentes formando a LTB e duas mínimas bem definidas e ascendentes apoiadas na LTA que você marcou. Esses dois toques são cirúrgicos: o primeiro coincide com o Golden Pocket (0,618–0,65) da Fibo traçada desde o início do movimento de alta, e o segundo acontece exatamente sobre um forte suporte de volume no VPVR, bem em cima da região psicológica dos 4.000. Ou seja, a LTA da flâmula não é “só uma linha”: ela concentra confluência de Fibo, perfil de volume e memória de preço, o que aumenta o peso técnico dessa zona como base da estrutura.
Neste momento o preço trabalha encostado na LTB da flâmula, fazendo esse terceiro toque na aresta superior da figura ao mesmo tempo em que respeita a EMA8 como guia de curto prazo. As médias seguem bem “empilhadas” em viés altista: EMA8 acima da EMA55, ambas muito distantes das EMAs mais longas (144 e 233), que sustentam a tendência de médio e longo prazo. As Bandas de Bollinger abriram depois de um período de compressão, com o preço voltando a orbitar a região da banda superior, sinalizando retomada de volatilidade a favor da tendência original. Enquanto essa LTA seguir respeitada e o preço se mantiver acima de 4K, o cenário base continua sendo de consolidação altista, com alvo primário na ATH (~4.381) e, em caso de rompimento limpo da LTB com volume, projeções naturais de Fibo em torno de 4.560 (1.141) e 4.725 (1.272) como extensões do movimento.
Os indicadores de fluxo e momentum reforçam essa leitura construtiva. O CVD aponta pressão compradora consistente durante os testes da LTA, mostrando que não foi só “falta de vendedor” — teve agressão de compra defendendo a região. O C. Money Flow está bem positivo, indicando entrada líquida de capital no metal, e o RSI trabalha acima de 50, perto dos 60, típico de tendência de alta saudável ainda sem sinais de euforia extrema. O MACD segue positivo e acima da linha de sinal, com histograma em território verde, sugerindo que o impulso altista permanece ativo, ainda que dentro de uma consolidação triangular. Em resumo: enquanto os 4K e a LTA da flâmula forem mantidos, o ouro segue em modo “carregar mola”; a perda dessa base abriria espaço para uma correção mais profunda em direção às próximas Fibo (0,5 em ~3.75K e 0,382 em ~3.60K), mas, por ora, a estrutura continua apontando mais para continuação do rally do que para reversão de tendência.
Conclusão
A leitura consolidada do cenário coloca o Bitcoin em um ponto de equilíbrio delicado entre correção profunda e tentativa de retomada. Depois de um drawdown de 36% a partir da máxima histórica em 126K — o mais forte desde 2022 — o preço encontrou apoio na região do Golden Pocket entre 80K e 84K e conseguiu recuperar a EMA8 diária, trabalhando agora acima de 90K–92K.
Essa defesa técnica acontece justamente quando vários indicadores on-chain, como SOPR de curto prazo e Hash Ribbon, apontam exaustão vendedora e zona típica de fundos locais, com sinais de capitulação dos holders de curto prazo e estabilização da pressão de venda estrutural.
Do lado dos fluxos, o mês de novembro continua marcado por uma forte “limpeza” de liquidez: os ETFs spot de BTC acumularam saídas superiores a US$ 3,5 bilhões, um dos maiores ciclos de resgate desde o lançamento desses produtos, comprimindo o livro de ofertas e acelerando a queda de preço.
Nos últimos dias, porém, esse quadro começou a virar. Dados recentes mostram interrupção da sequência de fortes outflows, com ingressos líquidos pontuais em produtos de Bitcoin e altcoins de grande capitalização, e um quadro de fluxos “mistos” — pequenas saídas em BTC, mas entradas relevantes em Ethereum e outros ETFs.
Em termos práticos, o mercado sai de um modo de capitulação institucional clara para um estado de neutralidade cautelosa, em que novas decisões dependem do comportamento do preço em torno de 90K e da leitura de risco macro.
O ouro, por sua vez, ajuda a calibrar essa percepção. No diário, o metal permanece acima de 4K dentro de uma flâmula de alta bem definida, com mínimas ascendentes apoiadas em confluência de Golden Pocket, suporte volumétrico e patamar psicológico, enquanto testa pela terceira vez a LTB da figura. A combinação de CVD comprador, Money Flow positivo e MACD acima da linha de sinal sugere que, sempre que corrige, o ouro continua sendo usado como ativo de proteção, reforçando a tese de que o ambiente é de “reprecificação de risco”, não de pânico sistêmico.
Para o vencimento dos futuros da CME nesta sexta, o cenário-base é de volatilidade intradiária em torno de 90K–92K, com o institucional ajustando hedge e rolagem após semanas de realização via ETFs. Um fechamento semanal e mensal acima de 87.5K mantém o Golden Pocket como fundo provisório da correção e abre espaço para que o varejo tente esticar o preço em direção a 93K–96K ao longo do fim de semana, sobretudo se não houver novo gatilho de long squeeze nas grandes exchanges. Já uma perda rápida da EMA8 e retorno abaixo de 87.5K reacende a faixa 84K–80K como alvo, deixando a porta entreaberta para um teste mais agressivo da zona 73K–70K nas próximas semanas. Entrando em dezembro, o quadro mais provável é de continuação do “processo de limpeza”: menos euforia, mais seleção de posições e um mercado que ainda respeita a tendência macro de alta do ciclo, mas exige disciplina na gestão de risco até que o preço reconquiste patamares mais confortáveis, como o intervalo 96K–100K.
⚠️ Aviso
Esta análise é apenas um estudo técnico e não representa recomendação de investimento. |
