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No pano de fundo macro, a narrativa que vinha sustentando o rali – expectativa quase unânime de corte de juros em dezembro – perdeu força. Nas últimas sessões, membros do Fed passaram a adotar um tom mais cauteloso, reduzindo a probabilidade implícita de corte e reacendendo temores de liquidez mais apertada. Esse ajuste atingiu principalmente os ativos de crescimento e tecnologia, com forte realização em índices como Nasdaq, e o impacto se transmitiu diretamente para o Bitcoin, que já vinha mostrando fraqueza durante o pregão norte-americano, com repiques na Ásia e Europa sendo sistematicamente vendidos na abertura dos EUA.
Somando tudo, o quadro de curto prazo é de um mercado que saiu do “eufórico com shutdown acabando e BTC mirando 112K” para “medo extremo depois de perder 100K” em poucos dias. Relatórios recentes destacam que mais de US$ 1 trilhão evaporou do valor total de mercado cripto desde o início de outubro, com o Bitcoin praticamente zerando a performance no ano enquanto S&P 500 e Nasdaq ainda acumulam ganhos de dois dígitos. Apesar disso, análises de derivativos mostram skew negativo acentuado e prêmios de proteção elevados, o que historicamente costuma se associar a fases próximas de fundo, mesmo que ainda exista espaço técnico para mais queda antes de uma recuperação sustentável.
Análise do price action semanal do Bitcoin

No gráfico semanal, enquanto o Bitcoin testa caminho para o Golden Pocket o destaque absoluto é a vela atual: um candle vermelho de corpo longo, sem grande pavio inferior até o momento, que rompe de forma limpa a EMA50 e a retração de 0,768 da Fibonacci do ciclo (traçada de 15,5K até a ATH na casa dos 126K). Essa combinação – perda simultânea de média relevante de tendência e de um nível de Fibo “profundo” – costuma marcar transições de fase: saímos de uma correção superficial dentro de tendência de alta para algo mais próximo de “reset de ciclo intermediário”. A proximidade da mínima semanal com a banda inferior de Bollinger de 2 desvios, que se abre quase na vertical, reforça que estamos em plena expansão de volatilidade após um período de compressão, com o preço “escorregando” pela borda inferior em vez de apenas tocá-la e reagir imediatamente.
Na parte inferior do gráfico, o CVD semanal mostra exatamente o que o candle sugere: uma virada forte de fluxo, saindo de um topo perto de +6,9K para leituras fortemente negativas abaixo da EMA200 do próprio indicador. Em termos práticos, isso indica predominância clara de agressão vendedora, com pouco sinal de absorção robusta até aqui. Quando conectamos esse quadro ao ambiente macro – ETF despejando, Fed menos dovish, realização em tech e um mercado global em modo “reduzir risco” – a hipótese de uma continuidade da correção até a região do golden pocket entre ~87,5K (0,65) e ~84K (0,618) fica tecnicamente plausível. Essa zona concentra não só a confluência clássica da Fibo como também se posiciona pouco abaixo da banda de 3 desvios, servindo como área natural para teste de apetite institucional e possível formação de fundo mais estruturado, caso o macro não deteriore ainda mais.
Ainda no gráfico semanal, o destaque absoluto é a vela atual: um candle vermelho de corpo longo, sem grande pavio inferior até o momento, que rompe de forma limpa a EMA50 e a retração de 0,768 da Fibonacci do ciclo (traçada de 15,5K até a ATH na casa dos 126K).
Essa combinação – perda simultânea de média relevante de tendência e de um nível de Fibo “profundo” – costuma marcar transições de fase: saímos de uma correção superficial dentro de tendência de alta para algo mais próximo de “reset de ciclo intermediário”. A proximidade da mínima semanal com a banda inferior de Bollinger de 2 desvios, que se abre quase na vertical, reforça que estamos em plena expansão de volatilidade após um período de compressão, com o preço “escorregando” pela borda inferior em vez de apenas tocá-la e reagir imediatamente.
Na parte inferior do gráfico, o CVD semanal mostra exatamente o que o candle sugere: uma virada forte de fluxo, saindo de um topo perto de +6,9K para leituras fortemente negativas abaixo da EMA200 do próprio indicador. Em termos práticos, isso indica predominância clara de agressão vendedora, com pouco sinal de absorção robusta até aqui. Quando conectamos esse quadro ao ambiente macro – ETF despejando, Fed menos dovish, realização em tech e um mercado global em modo “reduzir risco” – a hipótese de uma continuidade da correção até a região do golden pocket entre ~87,5K (0,65) e ~84K (0,618) fica tecnicamente plausível. Essa zona concentra não só a confluência clássica da Fibo como também se posiciona pouco abaixo da banda de 3 desvios, servindo como área natural para teste de apetite institucional e possível formação de fundo mais estruturado, caso o macro não deteriore ainda mais.
Estrutura das Correções
A análise das correções desta bullrun revela um padrão consistente que ajuda a contextualizar o momento atual do Bitcoin que testa caminho para o Golden Pocket. Na primeira grande retração do ciclo, ainda no início de 2024, o preço recuou 32.8%, marcando o primeiro fundo ascendente e consolidando a base inicial para a tendência de alta. Já a segunda correção profunda, ocorrida meses depois, entregou uma queda de 31.9%, novamente dentro da faixa típica de correções saudáveis em ciclos de expansão. Em ambas as ocasiões, o mercado respondeu positivamente após a limpeza da alavancagem e retomou a trajetória ascendente, mantendo a lógica de topos e fundos mais altos — a estrutura clássica de uma bullrun madura.
A correção atual do Bitcoin, até o momento, acumula aproximadamente 25–26% desde a máxima histórica. Embora ainda inferior às duas retrações anteriores, quando projetamos a mesma amplitude de queda do ciclo — em torno de 32% — encontramos um ponto de confluência extremamente relevante: o centro do Golden Pocket, localizado entre 87.5K e 84K. Essa região não apenas representa a zona de maior relevância estatística da Fibonacci (0.65–0.618), como também coincide exatamente com a área corrigida na última retração significativa da bullrun. Em termos de estrutura, esse alinhamento reforça a ideia de que essa zona funciona como “equilíbrio natural” de preço dentro do ciclo, sendo um alvo tecnicamente plausível para finalização da perna corretiva.
Diante dessa simetria, surge a questão: três fundos ascendentes seriam suficientes para sustentar a bullrun atual ou ainda poderíamos ver correções adicionais? A resposta mais provável — considerando o comportamento técnico do ciclo e a proporção entre as retrações — é que a região dos 84–87K tem características para se consolidar como terceiro fundo ascendente, mantendo o padrão de continuidade da tendência. O fato de as duas correções anteriores terem encontrado fundo em retrações muito próximas de 32% reforça a força estatística desse nível, e a atual estrutura preserva espaço para repetir o mesmo comportamento.
Se o preço reagir com força dentro do Golden Pocket, teremos um cenário tecnicamente coerente com os ciclos anteriores do Bitcoin, respeitando a simetria entre as correções e preparando terreno para uma nova expansão rumo à região dos 130K–140K nas fases seguintes. Contudo, caso essa área não seja defendida com fechamento semanal sólido, abre-se espaço para uma quarta correção mais profunda, estendendo a duração da bullrun e aproximando o movimento atual do comportamento observado em ciclos mais longos. Ainda assim, mesmo esse cenário alternativo não descaracteriza a estrutura principal: apenas prolonga a construção da tendência antes de sua continuação.
Quebra estrutural no diário
A leitura do gráfico diário mostra que o Bitcoin entrou em uma fase de deterioração clara da estrutura de tendência. O ativo registra quatro fechamentos consecutivos abaixo da EMA365, o que caracteriza a perda oficial dessa média de longo prazo e reforça a mudança de comportamento do mercado. Além disso, a vela atual rompeu de forma limpa as mínimas anteriores, eliminando qualquer tentativa de construção de fundo local e confirmando a continuidade do movimento descendente. Esse rompimento ocorre em um ambiente onde a pressão vendedora permanece dominante, sem sinais de absorção significativos que indiquem reversão imediata.
Outro ponto importante é que o preço já acumula três fechamentos abaixo do POC estendido, calculado desde o rompimento definitivo dos 70K. Perder o POC significa romper a zona de maior negociação e volume do ciclo recente, o que normalmente abre espaço para movimentos mais agressivos até que o preço encontre novo equilíbrio. Ao mesmo tempo, o CVD mostra uma queda acentuada, refletindo a predominância da agressão vendedora sobre as ordens de compra. Essa combinação — perda da média de longo prazo, rompimento de mínimas, rejeição do POC e fluxo vendedor intenso — caracteriza um quadro de continuidade da tendência de baixa no curto prazo.
A formação de um padrão de Ombro-Cabeça-Ombro (OCO) se destaca de maneira clara no gráfico diário, com seu pescoço já rompido e o preço desenvolvendo a perna final rumo ao alvo técnico. O ponto mais relevante é que o alvo projetado pelo OCO converge exatamente para o meio do Golden Pocket do ciclo, entre 87.5K e 84K, a mesma zona identificada nas projeções do gráfico semanal. A convergência de dois gatilhos independentes — padrão de reversão no diário e retração estrutural do ciclo — aumenta substancialmente a probabilidade de que essa região seja testada antes de qualquer tentativa mais sólida de recuperação.
O cenário se intensifica com a presença da cruz da morte no gráfico diário, resultado do cruzamento da SMA50 abaixo da SMA200. Esse evento, embora muitas vezes já acompanhado pela queda prévia, tradicionalmente reforça o diagnóstico de deterioração de tendência. Com as médias alinhadas para baixo, o preço abaixo da EMA365, o OCO ativado e o CVD desabando, o quadro atual representa um dos setups de maior fragilidade estrutural vistos no ciclo. A Análise do BTC no gráfico diário sugere que o movimento atual não é apenas uma correção isolada, mas sim parte de uma perna macro de ajuste que ainda não completou seu processo de busca por liquidez mais profunda.
Em síntese, o Bitcoin enfrenta um alinhamento raro de sinais de baixa: perda das médias-chave, rompimento de níveis de volume relevantes, padrão de reversão ativado e fluxo vendedor estável e consistente. A região de 84–87K permanece como o ponto de maior probabilidade para a formação de suporte, tanto pela dimensão das correções anteriores do ciclo quanto pela geometria do OCO e pela aderência ao Golden Pocket. A Análise do BTC no gráfico diário reforça que o mercado está em plena fase de capitulação controlada, ainda sem indicações técnicas de reversão, e que o teste dessa região deve ocorrer antes de qualquer retomada estrutural de alta.
Conclusão
O Bitcoin testa caminho para o Golden Pocket e há uma convergência entre o cenário técnico e o ambiente macro deixa a segunda quinzena de novembro marcada por risco elevado e direção relativamente clara. Do lado técnico, o Bitcoin atravessa um processo de perda estrutural: rompimento de mínimas no diário, múltiplos fechamentos abaixo da EMA365, quebra definitiva do POC estendido e ativação de um OCO cujo alvo se sobrepõe ao Golden Pocket entre 87.5K e 84K. No semanal, a simetria das correções anteriores — ambas próximas de 32% — reforça que essa região não é apenas provável, mas estruturalmente coerente dentro do ciclo.
Do lado macro, o mercado global adiciona pressão: saída líquida dos ETFs, deterioração do apetite por risco após declarações menos dovish do Fed e continuidade da realização nos índices de tecnologia. O fluxo institucional retrai, o CVD confirma agressão vendedora dominante e o sentimento migra para um território de cautela que historicamente antecede testes mais profundos de suporte no BTC.
Com tudo isso alinhado, a segunda metade de novembro tende a ser guiada pela busca de liquidez dentro do Golden Pocket, que se torna o ponto natural de convergência entre técnica e macro. Se houver reação convincente nessa faixa, o ciclo preserva sua lógica de fundos ascendentes e abre espaço para reconstrução de estrutura no início de dezembro. Se a região não for defendida, o mês deve terminar em modo de consolidação estendida, com o mercado absorvendo o impacto dos fluxos negativos antes de qualquer tentativa de retomada.
A zona 84–87K permanece, portanto, como o nível que deve definir o tom do fechamento de novembro e estabelecer o ponto de partida para a próxima fase do ciclo.
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Esta análise é apenas um estudo técnico e não representa recomendação de investimento. |
