Central Magazine

quarta-feira, 17 de dezembro de 2025 às 3:00
Saiba porque o SMC ficou obsoleto!

O período de 12 a 16 de dezembro de 2025 marcou uma intensificação da pressão de venda no mercado de criptomoedas, com o Bitcoin caindo para a faixa dos US$ 85.000-86.000 após tocar brevemente os US$ 89.000-90.000 no início da semana. Ethereum acompanhou o movimento, recuando abaixo dos US$ 3.000, enquanto altcoins como Solana e XRP registraram perdas ainda mais acentuadas. A capitalização total do mercado cripto aproximou-se dos US$ 3 trilhões, mas com saídas significativas de ETFs de Bitcoin – lideradas pela Fidelity e Bitwise – e liquidações superiores a US$ 500 milhões em posições alavancadas. O Fear & Greed Index mergulhou em território de medo extremo, refletindo a cautela generalizada entre investidores institucionais e de varejo.

O principal catalisador macroeconômico é a expectativa de alta de juros pelo Banco do Japão em 19 de dezembro, reacendendo temores de unwind do yen carry trade – estratégia que financiou boa parte dos investimentos em ativos de risco, incluindo cripto, ao longo dos últimos anos. Um iene mais forte reduz a atratividade desses empréstimos baratos, forçando repatriamento de capital e vendas generalizadas.
Analistas do Yahoo Finance e Reuters destacaram que essa dinâmica, somada à correlação crescente do Bitcoin com ações de tecnologia e o arrefecimento da narrativa de bolha em IA, contribuiu para o risco-off global. Bancos como Standard Chartered revisaram drasticamente suas projeções, cortando o alvo de fim de 2025 para Bitcoin de US$ 200.000 para US$ 100.000.

No fronte regulatório e corporativo, Michael Saylor emitiu alerta contundente contra propostas que poderiam excluir a MicroStrategy de índices importantes, prevendo “caos” no mercado caso aprovadas. Por outro lado, o Conselho de Estabilidade Financeira dos EUA removeu as criptomoedas da lista de ameaças sistêmicas, sinalizando maior maturidade institucional. Fluxos de ETFs mostraram saídas recordes da BlackRock em semanas recentes, contrastando com acumulações oportunistas por parte de whales em Ethereum. On-chain, a resiliência de redes como Solana frente a ataques DDoS e o crescimento contínuo em staking reforçam fundamentos de longo prazo, apesar da volatilidade curta.

Para investidores esses episódios reforçam a importância de diferenciar ruído macro de tendências estruturais: adoção institucional via ETFs, tokenização de ativos reais e o ciclo pós-halving ainda apontam para potencial upside em 2026. No entanto, com liquidez sazonal baixa em dezembro e o BOJ no radar, a recomendação é monitorar suportes técnicos – como US$ 80.000-82.000 no Bitcoin – e fluxos de ETFs como gatilhos para o próximo movimento significativo. A volatilidade atual pode representar consolidação saudável antes de uma retomada, desde que não haja aceleração no unwind do carry trade.

Gráfico ETH/BTC 2WGráfico ETH/BTC 2W

No gráfico de 2 semanas, o ETH/BTC continua preso numa estrutura de baixa de longo prazo, com a linha de tendência descendente ainda esmagando qualquer tentativa de recuperação. O repique recente é mais cara de alívio dentro de um regime fraco do que de reversão: o setup aponta mercado bearish, ADX por volta de 24 (tendência sem tração clara) e fluxo de dinheiro negativo, sugerindo que ainda falta entrada consistente para sustentar uma mudança de ciclo na relação.

O ponto principal, porém, é o contexto do 4º trimestre de 2025: desde 10/10/2025 o Bitcoin está em correção, trabalhando algo como 30% de “desconto”, já tendo encostado em 36%, e com o mercado flertando com cenários de 50% caso o regime de risco se deteriore. Esse pano de fundo é o que domina o setor, porque o BTC define o humor, a liquidez e a alavancagem do mercado. Em trimestre de ajuste, a pergunta relevante não é “o ETH/BTC reagiu?”, e sim “o BTC terminou de limpar risco e reconstruir estrutura?”.

Por isso, atribuir a correção do BTC à relação ETH/BTC é inverter causalidade: ETH/BTC é uma razão, não um motor. A relação pode subir simplesmente porque o ETH caiu menos que o BTC, pode cair porque apanha mais, e pode ficar de lado com ambos sangrando; nada disso, por si só, explica o movimento do Bitcoin. Como métrica, ela serve para ler desempenho relativo entre os dois ativos, mas como “parâmetro de fundo” do BTC ela costuma enganar — especialmente quando o mercado está em modo defensivo.

 

Gráfico SemanalGráfico Semanal #BTC

No semanal, o BTC continua com cara de correção estruturada, não de “colapso”: o preço segue tentando se firmar após a pancada que veio do topo do ciclo, e o ponto central é que essa semana ainda está “em disputa”, com o mercado procurando um fechamento mais digno depois de ter passado boa parte do movimento trabalhando abaixo das zonas de decisão. Em vez de retomada limpa, o que aparece é um comportamento típico de transição: recuperação parcial, pavio e muita negociação em torno de níveis onde a liquidez manda.

Pela leitura da Bollinger Bands, a recuperação ainda parece mais um reteste dentro do envelope do que uma virada definitiva de regime. O preço precisa reconquistar a parte alta da zona de valor do próprio range recente e, principalmente, voltar a interagir com o golden pocket por cima, porque é ali que costuma nascer a perna de continuação em bull market quando o mercado quer “resetar” sem destruir a estrutura. E aqui entra a trava: o CVD não acompanha com a mesma convicção a tentativa de alta, sugerindo agressão vendedora aparecendo nas subidas, enquanto o Perfil de Volume mostra que o mercado ainda respeita (e briga) nas regiões de maior negociação — e sem encostar com força no POC, a sensação é de que ainda falta combustível para romper a zona com autoridade.

O recado prático do semanal é simples: o BTC precisa defender a região do 0.65 (~87.5K) com reação imediata sempre que for ameaçada, porque perder esse nível “no seco” tende a abrir espaço para novo teste do 0.618 (~83.9K) antes de qualquer tentativa séria de retomar a parte alta do range. Em bull run, correção saudável costuma ter pavio e resposta; quando a resposta some, a correção costuma pedir mais um mergulho para buscar liquidez onde ela realmente está.

Gráfico DiárioGráfico Diário BTC

No diário, o BTC tenta respirar depois de uma sequência de correção, mas ainda dentro de um “corredor” bem claro: o preço fecha por volta de 87.7K, praticamente em cima da região 0.65 (87.5K), que virou um pivô técnico relevante nesta fase. O ponto principal é que o mercado segue falhando em reconstruir interesse acima do bloco de oferta mais denso, e a zona entre 94.5K (Bollinger Dev2 sup.) e 96.7K (Bollinger Dev3 sup.) continua funcionando como teto de curto prazo, com a EMA55 bem acima disso e ainda inclinada para baixo, reforçando que a recuperação atual é, por enquanto, mais “alívio” do que retomada de tendência.

Pelas Bandas de Bollinger triplas, o quadro fica didático: a banda inferior Dev2 (85.6K) está sendo respeitada como suporte imediato, enquanto a Dev3 inferior (83.35K) coincide com a faixa do 0.618 (83.9K), formando uma confluência que o mercado costuma testar quando a pressão aumenta. O detalhe técnico importante é o BBWP elevado (~75%), sinal de que a volatilidade está viva — não é um mercado “morto” consolidando com calma, e sim um mercado que ainda pode alternar puxões fortes para cima e para baixo antes de definir direção, principalmente enquanto o preço trabalha abaixo do miolo das bandas e com médias descendentes no topo.

Nos osciladores, a mensagem é mista, mas com viés de cautela: o RSI permanece abaixo da região de força (abaixo da faixa da linha 50 e abaixo da sua média, com marcação de hidden bearish), o que combina com o comportamento de topos fracos recentes. O Stoch KDJ está esticado na zona de sobrevenda (K por volta de 24 e J negativo), sugerindo exaustão vendedora e chance de repique, porém esses repiques tendem a ser curtos quando não vêm acompanhados de força sustentada no fluxo.

Já o MACD melhora lentamente (subindo “de baixo”), o que é típico de recuperação gradual após descarga — mas, como ainda não virou um quadro de aceleração, o cenário mais provável segue sendo de novos testes de suporte na faixa 85.6K–83.9K antes de o mercado conseguir retomar uma recuperação mais convincente.

Conclusão

Fim de ano chegando e o que mais salta aos olhos é a distância entre o “teatro” das redes e o que o gráfico realmente está dizendo: enquanto a timeline vendeu narrativa pronta (fundo cravado, virada garantida, “agora vai”), o preço continuou fazendo o trabalho sujo e repetitivo de qualquer correção saudável — alternando impulso e exaustão, testando zonas de suporte com pavio e devolvendo parte dos repiques quando a liquidez seca.

Isso é dezembro em essência: menos convicção, mais ajuste de carteira, mais realização, e um mercado que cobra caro de quem confunde candle com opinião. A leitura técnica, por outro lado, é objetiva: antes de qualquer “retomada de bull-run”, o ativo precisa provar força onde importa (absorver venda, sustentar fechamento acima de regiões-chave e reconquistar resistências com continuidade), porque repique sem estrutura vira só combustível para a próxima rodada de teste. Em resumo: o sentimento é de encerramento de ciclo de curto prazo, com volatilidade típica de fim de ano e uma mídia social atrasada — gritando certeza onde o gráfico ainda está pedindo confirmação.

⚠️ Aviso

 

Esta análise é apenas um estudo técnico e não representa recomendação de investimento.
O mercado de cripto é volátil e envolve riscos.
Faça sua própria pesquisa (DYOR) antes de tomar decisões.
Invista com responsabilidade.

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