Central Magazine

domingo, 7 de dezembro de 2025 às 23:58
Saiba porque o SMC ficou obsoleto!

O começo de dezembro, continua sob forte ressaca. O Bitcoin abriu o mês ampliando a queda de novembro, cerca de 36% a partir da ATH para testar a região dos 80–85K, em um dos piores meses da história do ativo. Relatórios de diversos veículos apontam que a pancada do dia 1º de dezembro — quando o BTC chegou a negociar abaixo de 86K — foi impulsionada pela combinação de saídas de capital dos ETFs, liquidação de posições altamente alavancadas e um ambiente global de maior aversão a risco, reforçado pela percepção de que novembro foi um mês de realização pesada após o rali de outubro.

Do lado dos ETFs, os números ajudam a entender o humor mais volátil do início de dezembro. Depois de fortes saídas líquidas em novembro, que somaram mais de US$ 4 bilhões em resgates e pressionaram o preço do BTC, os primeiros pregões do mês mostraram um quadro misto: alguns dias com fluxos levemente negativos, outros com entradas modestas. Há destaque para um pregão em que os ETFs spot de Bitcoin voltaram a registrar cerca de US$ 70 milhões de entradas, interrompendo a sequência de saídas e elevando o saldo acumulado desde o lançamento para mais de US$ 57 bilhões em aportes líquidos — sinal claro de que esses veículos se tornaram um pilar estrutural da demanda por BTC, mesmo em ambientes de correção. Paralelamente, dados recentes mostram divergência entre produtos: enquanto ETFs de Bitcoin ainda alternam entre pequenos resgates e entradas, fundos de Ethereum e até de XRP vêm registrando semanas com fluxos positivos mais consistentes, indicando rotação parcial dentro do próprio universo cripto.

No cenário macro, o principal choque do início do mês veio do Japão. Um movimento mais agressivo nos yields dos títulos públicos japoneses — com o juro de 10 anos voltando a níveis não vistos desde 2008 — reacendeu o temor em torno do desmonte do clássico carry trade em iene, em que investidores tomam recursos baratos em moeda japonesa para aplicar em ativos de maior risco mundo afora. O ajuste dessas posições forçou realocações em renda fixa global e em moedas, afetando o apetite a risco e ajudando a amplificar a queda de BTC e ETH no início de dezembro. Somado a isso, a política de juros ainda elevada nos EUA e a incerteza sobre o ritmo de cortes a partir de 2026 mantêm o prêmio de risco alto para ativos voláteis, de modo que qualquer surpresa em dados de inflação, emprego ou fala de banco central rapidamente se reflete no mercado cripto.

Enquanto isso, o Ethereum adicionou um componente estrutural importante ao quadro com a ativação do upgrade Fusaka em 3 de dezembro. A atualização, apontada como o segundo grande hard fork da rede em 2025, aumenta o limite de gás por bloco para a faixa dos 60 milhões, melhora a eficiência de processamento e reduz custos de operação para validadores e rollups, especialmente através de mudanças de disponibilidade de dados como o PeerDAS. Na prática, Fusaka prepara o terreno para um 2026 com mais throughput em L1 e operações de Layer 2 mais baratas e escaláveis, reforçando a tese de ETH como infraestrutura central do ecossistema de smart contracts justamente em um momento em que o ativo corrige cerca de 40–50% abaixo da sua máxima recente. Com BTC buscando consolidar fundo acima do Golden Pocket do ciclo e ETH ganhando um reforço técnico relevante no protocolo, o início de dezembro entrega um mercado ainda pressionado por macro e fluxos de ETF, mas com fundamentos de longo prazo sendo atualizados em pleno meio da volatilidade.

Gráfico Semanal

O fechamento semanal do Bitcoin entrega uma vela em formato de doji exatamente em cima da zona de decisão do ciclo, logo acima da região do Golden Pocket entre 0,618 e 0,65 de Fibonacci (83.9K–87.5K). Depois da pancada que marcou a mínima nas proximidades de 80K, o preço voltou, testou novamente a 0,618 e agora “flutua” entre esse suporte cíclico e a faixa dos 90K, sem força clara nem para romper para cima, nem para perder de vez a estrutura. Esse doji, posicionado abaixo do fechamento da semana anterior, traduz bem o estado do mercado: depois de uma sequência de velas de forte corpo vendedor, a pressão baixista finalmente encontra contraparte compradora, mas ainda insuficiente para inverter o quadro.

O CVD semanal reforça essa leitura de batalha em zona crítica. Na semana anterior já havia aparecido uma divergência: o indicador deixou de fazer novos fundos na mesma proporção em que o preço seguia cedendo, sugerindo exaustão progressiva da venda agressiva. Nesta semana, mesmo com o doji, o CVD continua pressionado em território negativo, apontando que os books seguem inclinados para o lado vendedor, ainda que em intensidade menor. Em outras palavras, há defesa importante em 0,618, mas o mercado não demonstra convicção para retomar tendência de alta; trata-se, por enquanto, de uma pausa em meio a um movimento corretivo maior.

As médias móveis e a configuração das Bandas de Bollinger ajudam a enquadrar esse risco. A EMA8 semanal já aponta para baixo, a SMA21 (média central das Bandas de Bollinger) caminha em paralelo e ambas se aproximam de um cruzamento baixista com a EMA55 – combinação típica de transição para uma tendência de baixa de médio prazo, caso o movimento se confirme nas próximas semanas. O preço permanece abaixo da média central das bandas e mais próximo da banda inferior, o que indica que, mesmo com o repique recente, o regime dominante ainda é de distribuição, não de acumulação. Some-se a isso o fato de que a máxima da semana falhou em tocar o POC do VPVR estendido até o rompimento dos 70K (região dos 96K): o mercado não demonstra interesse em pagar caro por BTC neste patamar, o que mantém um “teto” técnico importante acima da atual faixa de negociação.

 

Osciladores

Nos osciladores semanais, o quadro ainda é de correção em andamento, e não de reversão consolidada. O F!72 Market Monitor (MACD) segue “crescendo para baixo”: o histograma permanece em território negativo e as barras aumentam de tamanho, mostrando que o impulso vendedor ainda ganha tração, mesmo após o repique de preço dos últimos dias. Isso indica que o movimento de alta recente parece mais um alívio técnico dentro de uma tendência corretiva do que um pivô estrutural. No painel inferior, o outro módulo do Market Monitor mantém o fluxo de dinheiro e o momentum em zona negativa, o que reforça a leitura de que o capital “pesado” continua mais inclinado a distribuir do que acumular neste horizonte de tempo.

Já o CCT Dynamic Stoch KDJ está totalmente esticado na zona de sobrevenda, com K e D abaixo de 10 e a linha J colada nas demais, sem aqueles picos de volatilidade típicos de capitulação final. A divergência baixista marcada anteriormente ainda não foi anulada: o preço tentou reagir, mas o oscilador não produziu um novo impulso consistente de alta, sugerindo que o mercado pode precisar de mais tempo — ou de uma nova perna corretiva — antes que um fundo semanal confiável se forme.

Em resumo, o conjunto dos indicadores aponta para um BTC em zona de preço potencialmente interessante para construção de fundo de ciclo, mas com estrutura de momentum ainda claramente vendedora; enquanto MACD, KDJ e fluxo de dinheiro não começarem a curvar para cima de forma coordenada, o cenário mais provável segue sendo de consolidação frágil, com risco de mais uma escorregada antes que a próxima pernada de alta ganhe tração.

SUPORTES

87.5K (0.65 da fibo do ciclo)
83.9K (0.618 da fibo – Fechando a zona do Golden Pocket)
80.5K (mínima recente da agulhada)
70.8K (0.5 da fibo do ciclo – Fim de zona de correção)

Conclusão

A leitura combinada do gráfico semanal e dos osciladores reforça um sentimento baixista para o curto e médio prazo. A rejeição consistente da região dos 94K, ainda abaixo do POC em 96K, mostra que o mercado não tem apetite para sustentar o preço em zonas de maior liquidez ofertora. As médias começam a se alinhar de forma mais agressiva para baixo, com EMA8 inclinada negativamente e muito próxima de um cruzamento bearish com a SMA21 rumo à EMA55, enquanto MACD, fluxo de dinheiro e momentum seguem aprofundando a pressão vendedora. Mesmo com os estocásticos em sobrevenda, a falta de uma reação mais robusta nesses indicadores sugere que o movimento atual se parece mais com um alívio dentro da tendência de correção do que com um fundo consolidado. Nesse contexto, a estrutura do BTC vai se afastando das resistências e se aproximando, passo a passo, da escadinha de suportes listados acima, o que aumenta a probabilidade de novos testes — em especial na zona do golden pocket entre 87.5K e 83.9K — antes que a correção seja concluída e uma nova pernada de alta possa, de fato, ganhar tração.

 

⚠️ Aviso

 

Esta análise é apenas um estudo técnico e não representa recomendação de investimento.
O mercado de cripto é volátil e envolve riscos.
Faça sua própria pesquisa (DYOR) antes de tomar decisões.
Invista com responsabilidade.

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