Nas últimas 48h, o Tether minta Bilhões antes do anúncio do FED e deixa o nicho das criptos e financeiro em uma encruzilhada marcada pela forte expectativa em torno da decisão do Federal Reserve, programada para os dias seguintes. A maioria dos agentes já precifica um corte de juros de 25 pontos-base, enquanto há especulações menores de que possa haver algo mais agressivo, especialmente com pressão política para estimular a economia.
O dólar cedeu um pouco, reflexo dessa expectativa, o que reforça ativos de risco, inclusive criptomoedas. Além disso, notícias de que empresas que administram ETFs de BTC e ETH receberam fluxos de entrada robustos reforçam a percepção de que investidores institucionais estão apostando que o ambiente macro vai favorecer políticas mais frouxas e liquidez abundante.

No âmbito de cripto-ETFs, Bitcoin tem liderado o retorno de capital institucional. Em vários dias recentes há entradas líquidas expressivas nos ETFs de Bitcoin — por exemplo, em 15/09 houve influxos consideráveis que contrastam com saídas de Ethereum em algumas séries, embora ETH também apresente sinais de recuperação em instrumentos específicos. Esses fluxos reforçam uma possível rotação de capital: investidores parecem estar buscando ativos com perfil de menor risco relativo ou mais “refúgio” dentro do cripto, e BTC se coloca como protagonista nesse movimento. Esse comportamento também cria suporte psicológico e técnico para o BTC, elevando expectativas de que se endureça a resistência atual — seja para romper ou para oferecer uma correção, conforme o resultado do Fed.

Quanto ao anúncio esperado do Fed, os mercados especulam que o comunicado virá acompanhado de tom mais dovish — isto é, além do corte, espera-se que Powell enfatize que a inflação está arrefecendo ou que o risco de aperto futuro será menor, para dar conforto aos ativos de risco. Esse cenário poderia servir como gatilho para empurrar o preço do Bitcoin para cima, especialmente se houver confirmação de que os juros permanecerão mais baixos por um tempo.
Por outro lado, se o Fed entregar mensagem cautelosa demais ou sinalizar que cortes adicionais serão condicionados a dados econômicos robustos, pode haver uma rejeição — correção de parte do ganho recente, possivelmente puxando BTC para suporte em zonas já testadas.
Em resumo: estamos no limiar de um momento decisivo; o BTC depende tanto da estrutura técnica (resistências, topos/fundos) quanto da clareza que virá da política monetária e dos fluxos institucionais para decidir se rompe de vez ou devolve parte do movimento.

Bitcoin: Gráfico diário

O gráfico diário do Bitcoin mostra que seguimos com a EMA8 guiando o curto prazo, e enquanto o preço se mantiver acima dela, a tendência imediata continua de alta. Esse movimento, no entanto, vem acompanhado de uma narrativa forte do cenário macro: a expectativa é que o corte de juros seja confirmado amanhã, e parte dessa agressão compradora reflete justamente a aposta de que Powell ceda à pressão política vinda do governo Trump. O mercado parece querer forçar esse rompimento pela mídia e pelo fluxo institucional, empurrando o preço contra a resistência marcada no VPVR em 117.9K. Essa zona é crítica porque concentra grande volume negociado no passado recente e funciona como barreira natural; rompê-la, portanto, teria um efeito psicológico e técnico relevante, capaz de mudar a sequência atual de topos descendentes.

Mas há nuances importantes: O preço se aproximou rapidamente da banda superior das Bollinger, o que normalmente denuncia sobreaquecimento de curto prazo. Essa condição, combinada com dois fundos descendentes e dois topos descendentes ainda preservados, mantém o alerta ligado: não há confirmação de reversão estrutural enquanto a resistência de 117.9K não for rompida com convicção e volume. Um breakout claro nesse nível poderia invalidar a sequência de topos descendentes e abrir espaço para uma retomada em direção às bandas mais largas (dev2 e dev3), enquanto a falha nesse ponto provavelmente resultaria em correção até a zona de suporte intermediário entre 113K e 110K, ou até mesmo até o POC do VPVR em 105.1K. Em outras palavras: o gráfico mostra força no curto prazo, mas ainda exige cautela até que a barreira de liquidez mais relevante seja superada.

Os osciladores reforçam essa leitura de momento. As WaveTrends permanecem acima dos 50 pontos, o que sinaliza que ainda há combustível para segurar o impulso comprador, mesmo que o movimento esteja mais maduro. O CMF se mantém estável, sugerindo que o fluxo de capitais continua positivo, sem fuga significativa de dinheiro para fora do ativo. O destaque, porém, vem do estocástico KDJ, que acaba de realizar o “bouncing” na zona de sobrecompra. Esse comportamento é conhecido por entregar movimentos mais intensos do que o próprio range do oscilador, e no contexto atual ele reforça a ideia de continuidade da pressão compradora. Ao mesmo tempo, o MACD mostra um cenário alinhado: tanto o histograma quanto a linha de sinal apontam para um “bouncing” positivo, ampliando o distanciamento da média e consolidando a leitura de momentum favorável no diário.

📌 Suportes e resistências

• Resistência imediata: 117.9K (VPVR)

• Próxima resistência: 121.5K (topo local de agosto e confluência com BB dev2)

• Resistência mais ampla: 126K–128K (zona de liquidez antiga, alvo de breakout)

• Suporte imediato: 113K (mínimas recentes + retração curta de Fibo)

• Suporte intermediário: 110K (defendida nos últimos testes de absorção)

• Suporte estrutural: 105.1K (POC do VPVR)

• Suporte de segurança: 98K–100K (última faixa consolidada de volume)

Conclusão

O Bitcoin entra na decisão do Fed em um ponto de inflexão: preso entre uma resistência densa em 117.9K e a sustentação firme que se formou entre 110K e 113K.
O fluxo comprador ainda é dominante, mas o volume não cresceu o suficiente para garantir rompimento imediato, deixando a possibilidade de rejeição em aberto. A mintagem bilionária em USDT adiciona pólvora ao mercado e pode ser o fator que acelere o teste da resistência, mas a validação real virá da política monetária amanhã.

Se Powell entregar o corte e sinalizar continuidade dovish, o rompimento dos 117.9K pode mudar a estrutura de topos descendentes e abrir espaço para alvos acima de 121K. Caso contrário, uma correção até 113K ou mesmo 110K volta ao radar, mantendo a consolidação e reforçando a importância do POC em 105.1K como última linha de defesa.

Em resumo: estamos no limite entre a confirmação de uma retomada de tendência e a manutenção do padrão de consolidação.

Não se esqueçam que amanhã é dia de forte volatilidade e não de definições de cenário ou ciclo. Nada será definido neste anúncio.
Surfem a onda com responsabilidade financeira!