Esse mix gera uma combinação técnica interessante para o Bitcoin: menos competição direta do ouro como alternativa de valor, expectativa de liquidez futura via ETFs e perguntas em aberto sobre quando e se o Fed realmente aliviará sua política monetária. Para o gráfico semanal do BTC isso significa que o “momento de decisão” está mais claro — o preço está “sentado” na faixa crítica, as entradas de volume ainda são moderadas e os fluxos mostraram divergências (como no CVD). Em suma, o pano de fundo macro sustenta o cenário técnico de compressão: se o Bitcoin romper com volume, pode ganhar fôlego; se não, a zona de suporte será testada com vigor.
Dentro desse contexto, a análise técnica não é apenas desenho de linhas e médias: é avaliação de como o fluxo de capital, o humor dos investidores e as decisões de política monetária se encontram no gráfico. O ouro recua, a inflação dá leve trégua e o emprego perde vigor — e isso coloca o BTC numa encruzilhada: pode ser beneficiário de uma realocação de risco, ou ficar refém da liquidez que ainda não se firmou. Assim, o próximo rompimento no gráfico semanal do BTC ganha peso, porque o suporte ou a resistência não serão apenas níveis de preço — serão reflexos de escolhas de alocação e expectativas de política monetária.
Price Action
O gráfico semanal do Bitcoin segue mostrando um mercado em compasso de espera. A retração de Fibonacci traçada do fundo em 74.5K até a ATH em 126.2K coloca o preço retestando o “golden pocket” entre 106.5K e 108.1K — zona que tem segurado as últimas duas agulhadas. Porém a resistência da EMA8 dificultando uma subida mais enfática, indica que o golden pocket ainda poderia ser visitado novamente.
O POC do perfil de volume, em 111.6K, onde o BTC tem literalmente costurado essa linha nas últimas semanas, reforça a leitura de equilíbrio entre compra e venda. Ainda assim, a linha de 0.768 em confluência com as médias rápidas EMA8 e SMA8 na região de 114.2K atua como resistência dupla, barrando qualquer tentativa mais consistente de rompimento.
Visualmente, o gráfico entrega uma estrutura clássica de compressão semanal: sombras longas em ambas as direções, corpos curtos e candles empilhados no mesmo patamar. O volume enfraqueceu e a volatilidade despencou, confirmada pelo BBWP em 11%, indicando que as Bandas de Bollinger estão fortemente comprimidas. Esse tipo de cenário é um prelúdio típico de movimento explosivo — mas a direção ainda está em aberto. O fato de o preço estar exatamente no meio das bandas mostra que o mercado está em modo neutro, sem dominância de força. A leitura fica ainda mais interessante quando olhamos o CVD (aquela linha roxa e verde lá embaixo): desde o começo do ano, ele se mantém praticamente lateral, enquanto o preço sobe.
Essa divergência é o ponto mais delicado do momento. O CVD lateralizado enquanto o preço avança revela que o fluxo agressivo de compra não está acompanhando a alta, o que pode significar exaustão ou distribuição silenciosa. A cor lilás das velas, vinda do indicador CVD Chart, traduz isso visualmente: há um avanço de preço sustentado por menor volume, algo que só se sustenta se o mercado institucional mantiver interesse. Caso contrário, é o tipo de divergência que costuma marcar topos locais — não necessariamente o fim do ciclo, mas uma pausa natural após meses de impulso. O ADX em torno de 20 confirma: há tendência, mas sem força direcional relevante.
O resumo técnico é que o BTC segue respeitando a estrutura de alta, mas com sinal amarelo piscando. O suporte mais confiável continua sendo a faixa entre 106.5K e 108.1K, e perdê-la pode empurrar o preço até os 100K ou até o fundo da retração em 94K. Do outro lado, o rompimento de 114.2K com aumento de volume e abertura das bandas liberaria o caminho até a região de 120K–123K, onde há novo cluster de volume no VPVR.
Somente acima dos 120K poderíamos vislumbrar novas ATHs, com alvos na projeção de fibo.
Por ora, o Bitcoin está literalmente parado no ponto de equilíbrio — e a calmaria dessa semana é só o intervalo entre o último suspiro do range e o primeiro grito do próximo movimento.
Osciladores
Os osciladores no semanal do BTC estão mostrando um equilíbrio delicado entre impulso e possível reversão técnica. O spike recente com a abertura dos mercados asiáticos serviu apenas para reacender o Chaikin Money Flow, que vinha se arrastando em baixa — o fluxo de capital entrou de leve, mas sem convicção. O CVD Chart reforça essa leitura: a vela lilás, sinal de divergência bullish, indica que o preço sobe enquanto o volume perde tração. É um alerta clássico de exaustão parcial, e o fato de o volume não acompanhar a variação mostra que o mercado ainda carece de combustível real para consolidar uma reversão de tendência.
O F!72 Market Monitor evidencia isso: o WaveTrend ainda está quase zerado, com as ondas mostrando perda de amplitude, o que traduz momentum enfraquecido. O ADX segue em patamar morno, mostrando que a força direcional já enfraqueceu — há tendência, mas ela não está “dominando” o mercado. Esse conjunto mostra um BTC tentando respirar após a queda recente, mas sem base sólida para um impulso duradouro até que o volume confirme.
O estocástico KDJ, por sua vez, entrega uma leitura muito interessante. O bouncing acima da zona de sobrevenda está acontecendo com o preço estável, o que não é comum — em outras ocasiões, esse tipo de bounce veio acompanhado de retrações violentas no preço. Desta vez, a curva é suave, as linhas K e D ganham leve inclinação pra cima e a J começa a reagir, sinalizando que o ativo está acumulando força silenciosa. Se essa estrutura se mantiver por mais uma ou duas semanas, poderemos ver o KDJ cruzando novamente pra alta, o que, historicamente, costuma antecipar movimentos explosivos de recuperação.
Em resumo, os osciladores estão num ponto de transição: o CVD e o WaveTrend ainda denunciam volume fraco e momentum reduzido, mas o KDJ dá o primeiro sinal de resiliência — e isso pode ser o gatilho inicial para uma virada de ciclo se o fluxo continuar se fortalecendo. O mercado parece estar preparando o terreno, e se o volume confirmar, o impulso que nascer dessa região pode ser bem mais vigoroso do que aparenta agora.
Conclusão:
Outubro caminha para o fim com um gosto amargo para o mercado cripto. O mês que tradicionalmente embala altas se mostrou travado, com o Bitcoin preso entre 106K e 114K — um range que simboliza bem o descompasso entre preço e fluxo. “Uptober Falhou?” essa é a pergunta faltando uma semana para o fim do mês, praticamente.
O ouro perdeu força depois de nove semanas de alta, os ETFs continuam recebendo entradas, mas o Fed, ao divulgar inflação de 3% e emprego enfraquecido, reforçou um clima de espera. O capital institucional não saiu do lugar — e o BTC, embora tecnicamente estável, perdeu o brilho especulativo.
No gráfico semanal, a compressão das Bandas de Bollinger (BBWP em 11%) confirma o clima de indecisão: o preço “respira” no meio das bandas, sustentado pela golden pocket (106.5K–108.1K) e contido pela resistência das médias em 114.2K. O CVD lateral e o volume baixo mostram que há divergência — o preço tenta subir, mas sem combustível. O KDJ reage timidamente na sobrevenda, o CMF acende de leve, e o ADX em 20 reforça que ainda falta força direcional.
Com uma semana restante, o cenário é binário: se o BTC romper 114K com volume, abre caminho para 120K–123K; se perder 108K, o teste de 100K volta ao radar. Outubro não entregou o “Uptober” prometido, mas a compressão que resta pode ser o pavio do movimento que definirá o humor do mercado no início de novembro.
⚠️ Aviso
Esta análise é apenas um estudo técnico e não representa recomendação de investimento. |
