Bitcoin derrete após Trump atacar Irã.
Suporte dos 96K vira linha da morte

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Guerra, petróleo e crise global: o que está rolando
O Bitcoin derrete após Trump atacar Irã! Se você piscou entre quarta e sábado, já perdeu metade da novela geopolítica mais insana do ano. A semana foi marcada por um dos episódios mais tensos da política internacional, com impactos diretos no mercado financeiro e, claro, no preço do Bitcoin. Tudo começou na noite de quarta-feira (19/06), quando rumores sobre movimentações militares dos EUA no Oriente Médio começaram a pipocar nos principais canais de notícia. O clima já estava azedo: sanções renovadas contra o Irã, tensões no Golfo Pérsico e, no subsolo, um racha interno nos EUA sobre o papel de Washington na região. Na manhã de quinta (20/06), veio a bomba (quase literal): Donald Trump, agora com sua conhecida impulsividade, autorizou ataques aéreos cirúrgicos contra refinarias de urânio no Irã. A justificativa oficial foi “impedir avanços nucleares”, mas bastou a notícia vazar para que as bolsas despencassem mundo afora e o petróleo disparasse. O Bitcoin, que muitos tratam como “porto seguro global”, não segurou a pressão e foi junto ladeira abaixo, arrastando altcoins e deixando o mercado cripto em pânico.
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A reação internacional foi imediata: Europa soltou nota de repúdio, Israel se preparou para retaliação, e o Irã prometeu “resposta proporcional” caso novos ataques ocorressem. Mas o que realmente virou meme nos grupos de mercado foi o rumor de que Trump teria pedido para a China interceder junto ao governo iraniano, para que não fechassem o Estreito de Hormuz — rota por onde passa mais de 20% do petróleo mundial. Analistas sérios consideraram improvável qualquer intervenção chinesa: Pequim segue jogando xadrez diplomático, priorizando acordos econômicos bilaterais e evitando bater de frente publicamente com Teerã ou Washington. No entanto, nos bastidores, circula que o governo Xi Jinping recebeu (e ignorou) o pedido, optando por manter relações frias e não se envolver no barril de pólvora americano. O resultado disso tudo pode ser um mercado global sangrando nesta segunda: ações derretendo, dólar se valorizando, ouro subindo, e o Bitcoin… caindo igual pedra. Mesmo as stablecoins chegaram a negociar acima do peg em corretoras asiáticas, tamanho foi o rush de fuga para proteção. Especialistas apontam que, ao contrário de 2021/2022, o BTC não serviu como hedge, mostrando que o perfil institucional do mercado hoje é muito mais ligado ao sentimento global do que à tese anti-establishment. Ninguém quis risco, todo mundo correu pra liquidez — e quem segurou a vela, ficou com a mão queimada.
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Os mercados, por sua vez, não quiseram nem saber de narrativa: venda generalizada, risco zero, aversão máxima. E se engana quem achou que a China, pressionada por Trump a “dar um jeito” no Irã, ia se mover: Pequim fez exatamente o esperado — nada. O mais provável, segundo analistas, é que se o Estreito de Hormuz fechar, Xi Jinping só observe o circo pegar fogo enquanto negocia descontos no petróleo com outros fornecedores e espera os EUA se enrolarem ainda mais. No fim, caso aconteça o pior, Trump já tem o bode expiatório pronto: vai botar a culpa na “inação da China” para acalmar sua base e buscar apoio internacional.
Resumo dessa ópera:
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Trump atacou, o Irã ameaçou, a China ignorou, e o Bitcoin virou passageiro de uma montanha-russa sem cinto de segurança.
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Se vier novo fechamento de rotas estratégicas ou retaliação real, podemos ver mais pressão de venda e liquidação em todo o mercado cripto — e não se iluda, o institucional vai continuar fugindo primeiro.
Análise técnica do gráfico diário: price action de capitulação
Passada a catarse das notícias, o gráfico diário do Bitcoin mostra um cenário de capitulação clássica. As últimas três velas formam o famoso Three Black Crows — padrão que todo analista técnico respeita quando aparece em tendência de alta, pois costuma sinalizar reversão agressiva. Aqui, cada candle vermelho é mais forte que o anterior, fechando próximo da mínima, com volumes em ascensão. Não é apenas venda comum: é venda em pânico, venda de stop, venda forçada por liquidação.
A vela de hoje é um espetáculo à parte:
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Morubozu de baixa, praticamente sem pavio, corpo imenso e volume muito acima da média.
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O ATR (amplitude de volatilidade) explodiu, chegando a mais de três vezes o habitual para o período.
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O movimento nasce logo após a confirmação do rompimento da linha de pescoço de um OCO (ombro-cabeça-ombro) detalhado nas nossas análises anteriores. E não foi só o rompimento: houve reteste, rejeição na cara e a ignição do movimento de queda.
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O candle rompeu a EMA8, que já vinha ladeira abaixo, mas foi “dobrada” ainda mais pela intensidade do movimento. A projeção 0.618 da Fibo calculada sobre o range do morubozu serviu como resistência dinâmica e validou o alvo áureo, que agora mira a região dos 96.4K.
Volume, Fair Value Gap e zonas críticas de preço
Os retângulos amarelos no gráfico são Fair Value Gaps (FVG), zonas onde o preço acelerou tanto para um lado que não deixou negociações relevantes naquele intervalo. O BTC acabou de finalizar a mitigação do primeiro FVG (região dos 99K–96K) — isso significa que esse “buraco de liquidez” já foi preenchido, e se perder esse chão, o próximo gap, entre 92K e 88.5K, vira alvo natural para onde o preço pode buscar suporte.
O único suporte relevante acima desse gap está na faixa dos 96K, ponto de controle do perfil de volume (pico onde a maior parte das negociações recentes aconteceu, segundo o VPVR). Abaixo dali, a liquidez some até a casa dos 84–85K, onde existe acúmulo histórico de volume capaz de segurar o preço (ao menos temporariamente).
Se perder os 96K, é zona de dor e quem está vendido pode ver liquidação em cascata até o próximo FVG. No cenário mais extremo, a pressão pode empurrar o BTC até a base de volume do VPVR, na casa dos 84 mil. É nessas horas que o mercado mostra que, no fim das contas, o price action é soberano — não tem opinião, só fluxo.
Indicadores técnicos: o que dizem e como cruzam as leituras
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EMA8 e SMA50 já estão ambas em forte inclinação descendente, o que por si só indica que a tendência de curto e médio prazo virou completamente para baixo.
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O RSI afunda para a casa dos 34 pontos — tecnicamente já é região de sobrevenda, mas sem divergência de fundo ou sinal de reversão (o que é preocupante, porque sobrevenda nem sempre significa que o preço vai parar de cair).
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MACD abriu as pernas, histograma crescendo no vermelho, nada sugere repique relevante.
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O WaveTrend desce na mesma toada: cruzamento bearish, momentum negativo, tudo indicando que o caminho de menor resistência é pra baixo.
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O Stochastic KDJ colado na base do gráfico, mostrando que o mercado foi sugado pra sobrevenda e ainda não há força para retomada. Sinal clássico de que podemos ver mais queda até que algum fundo relevante seja defendido.
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O volume só aumenta, o que é raro em mercados maduros — normalmente, o volume cai junto com o preço, mas aqui é capitulação mesmo: gente vendendo a qualquer preço.
Análise complementar: gráfico de 4H confirma a tragédia
Quando olhamos para o gráfico de 4 horas, a história é ainda mais didática: o Bitcoin derrete após Trump atacar Irã e a vela que marcou o início do dump é um textbook de candle de ignição:
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Morubozu de baixa, volume absurdamente acima da média, ATR explodido.
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Essa vela quebrou a EMA8 de forma tão limpa que parecia que a média era feita de papel — price action puro, sem repique.
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Após romper, voltou para retestar a projeção 0.618 da Fibo (traçada na amplitude do candle), foi rejeitada, e daí partiu pro alvo áureo em 96.4K.
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Lembre que esse movimento já vinha sendo desenhado pela formação do OCO: o rompimento da linha de pescoço, o repique para retestar, e a confirmação da rejeição — tudo em sintonia, mostrando que price action bem lido evita muito prejuízo.
Suportes, resistências e zonas de interesse
Resistência imediata: região dos 100K, agora forte barreira psicológica e técnica, reforçada pelas médias móveis (EMA8 e SMA50) que passaram de suporte para resistência dinâmica.
Suporte crítico:
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96K: ponto de controle do volume (maior concentração de negócios recentes).
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92K–88.5K: faixa do próximo Fair Value Gap — se os 96K caírem, é pra lá que o preço tende a correr.
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84–85K: base do perfil de volume, última linha de defesa antes de uma queda ainda mais profunda.
A liquidez praticamente desaparece entre essas zonas, o que significa que movimentos podem ser rápidos e intensos, sem muita oportunidade para defesa. E lembre: nestes níveis, traders grandes vão buscar “liquidez de stop” de quem deixou ordem pendurada — é terra de ninguém.
Cenário macro, geopolítica e como tudo converge
O mercado está refém da geopolítica: ataque dos EUA, retaliação do Irã, inação da China, aversão a risco global. O Bitcoin, por mais que muitos insistam em chamá-lo de “hedge geopolítico”, segue sendo guiado pelo fluxo institucional e pelo medo global. A combinação de price action bearish, indicadores gritando queda e um cenário externo hostil torna o momento um dos mais perigosos do ano. Qualquer notícia negativa adicional (novo ataque, fechamento do Estreito de Hormuz, sanção surpresa) pode detonar stops e acelerar liquidações.
Por outro lado, se a poeira baixar e algum fundo relevante for defendido (especialmente na faixa dos 96K ou 92K), podemos ver um repique forte, alimentado por short squeeze e recompras técnicas. Mas, no momento, quem está posicionado deve priorizar gerenciamento de risco, stops curtos e, acima de tudo, não lutar contra o fluxo: mercado só volta a respirar se recuperar e fechar acima dos 100K com força e volume.
⚠️ Aviso
Esta análise é apenas um estudo técnico e não representa recomendação de investimento. O mercado de cripto é volátil e envolve riscos. Faça sua própria pesquisa (DYOR) antes de tomar decisões. Invista com responsabilidade.
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