China age silenciosamente para responder ao Tarifaço dos EUA
💥 Guerra Cambial: A Retaliação Silenciosa da China ao Tarifaço de 104%
A escalada de tensões comerciais entre Estados Unidos e China ganhou um novo capítulo nesta semana. O presidente norte-americano Donald Trump anunciou no dia 8 de abril de 2025 uma tarifa emergencial de 104% sobre todas as importações chinesas, sob o pretexto de “equilibrar o desequilíbrio comercial digital e industrial”. A resposta chinesa não veio em discursos inflamados nem em tarifas diretas. Em vez disso, a China age silenciosamente para responder ao Tarifaço dos EUA optando por uma estratégia silenciosa e altamente eficaz: a desvalorização do Yuan Offshore (CNH).
O Que Mostra o Gráfico: CNH em Queda Agressiva
O par USD/CNH disparou mais de 1,4% em apenas dois dias, rompendo resistências técnicas importantes e alcançando patamares não vistos desde meados de 2023. Esse movimento representa uma desvalorização do yuan offshore, já que mais yuans são necessários para comprar um único dólar. A CNH, ao contrário do CNY usado internamente na China, é negociada em mercados internacionais como Hong Kong, Londres e Cingapura, sendo usada como principal referência cambial no comércio exterior chinês.
Com a queda do CNH, os produtos chineses ficam mais baratos em dólares, mesmo com a tarifa de 104% imposta pelos EUA. A China, portanto, transforma a penalização tarifária em um desconto cambial, mantendo seus produtos atrativos aos olhos de importadores norte-americanos.
🛍️ O “Desconto Chinês”: Como a China Compensaria os Americanos
O governo chinês está promovendo incentivos diretos às suas empresas exportadoras. Além de permitir a desvalorização cambial, subsídios internos e flexibilizações fiscais estão sendo ampliados para que companhias chinesas mantenham os preços estáveis mesmo com o impacto das tarifas. Plataformas como Alibaba, Shein e Temu já iniciaram campanhas de descontos específicos para compradores americanos, absorvendo parte do imposto extra com margens reduzidas ou incentivos do governo.
A tática vai além do preço: empresas estão oferecendo logística subsidiada, pagamentos parcelados em yuan e até “frete grátis internacional” para atrair varejistas e distribuidores nos EUA. Em algumas negociações de alto volume, exportadores chineses estão aceitando pagamento integral em CNH, tirando o dólar da equação e contornando a rastreabilidade tarifária do sistema norte-americano.
Casos reportados no setor de eletrônicos e peças automotivas mostram que o valor final pago por importadores caiu em até 18%, mesmo com a tarifa de 104%. Isso se deve à combinação de câmbio favorável, margens reduzidas e incentivos internos.
💸 Recebimento em Yuan: O Avanço da Desdolarização
A guerra tarifária também acelera uma ambição mais ampla da China: a internacionalização do Yuan como moeda de comércio global. Ao incentivar o uso do CNH como meio de liquidação internacional, o governo chinês reduz sua dependência do sistema bancário e financeiro norte-americano e promove a desdolarização gradual do comércio bilateral.
Diversas corretoras e plataformas de pagamento chinesas estão oferecendo taxas especiais de conversão e isenção de taxas cambiais
para parceiros comerciais que aceitem transações em yuan. Em paralelo, bancos estatais como o Bank of China e ICBC ampliaram linhas de crédito internacionais em CNH para compradores qualificados.
Com isso, Pequim consegue dois objetivos: driblar as tarifas e expandir a influência do yuan em transações internacionais.
🌐 Conclusão: A Guerra Não é de Palavras, É de Moeda
Enquanto os EUA impõem tarifas e elevam a retórica protecionista, a China responde com engenharia cambial, estímulo indireto às exportações e incentivo ao uso da sua moeda como ferramenta geopolítica. A estratégia chinesa é silenciosa, mas devastadora. O consumidor americano continua comprando produtos chineses baratos, mesmo com tarifas altíssimas, e Pequim avança no projeto de transformar o yuan em alternativa ao dólar.
Ao invés de confrontos diplomáticos, a China opta por deixar o CNH se desvalorizar e absorver o golpe tarifário com flexibilidade fiscal e cambial. Em termos práticos, essa resposta foi mais eficaz que qualquer sanção ou tarifa retaliatória, pois preserva a competitividade das exportações e enfraquece o objetivo central da política de Trump: sufocar economicamente o produto chinês.
A guerra comercial de 2025 está sendo travada no câmbio — e a China, por enquanto, está vencendo com silêncio e precisão.
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